Negociações, manobras e muitos candidatos. É assim que se desenrolam os preparativos para a sucessão de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na presidência da Câmara dos Deputados, que deve ocorrer na próxima quarta-feira (13).
O presidente interino da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), havia convocado a votação para quinta-feira (14), mas o chamado centrão – bancada parlamentar com aliados de Cunha – havia aprovado outra data, terça-feira (12), a fim de coincidir com a votação do último recurso de Cunha no Conselho de Ética.
A intenção era adiar a sessão da CCJ porque as comissões não podem trabalhar quando há votações no plenário principal, que, na data estaria escolhendo seu novo presidente. Se de fato a eleição acontecer na quarta à noite, como deseja o governo, a CCJ terá dois dias para analisar o recurso de Cunha, permitindo que a votação do caso em plenário ocorra no início de agosto.
A nova data teria sido acertada por Maranhão após um telefonema do presidente interino, Michel Temer. O desejo pela cadeira vem rachando a base de apoio do governo interino, escancarada pelo recorde de candidatos.
O PMDB, com 66 deputados, tem dois nomes sendo ventilados até o momento: Marcelo Castro (PI) e Fábio Ramalho (MG), mas o centrão tenta convencer o PMDB a lhe ceder a vaga. Os favoritos do bloco são Rogério Rosso (PSD-DF), Giacobo (PR-PR) e Beto Mansur (PRB-SP). Já o DEM quer bancar Rodrigo Maia (RJ) e até costura apoio do PT e outros partidos de esquerda, que pode lançar Heráclito Fortes (PSB-PI). Já o PSDB tem poucas chances de indicar um nome, mas, se o fizer, deve ser Antonio Imbassahy (BA).
Além destes, há a expectativa do registro de candidatura de mais alguns correligionários do presidente interino Michel Temer. Nos bastidores, ventilam-se os nomes de Baleia Rossi (SP), Osmar Serraglio (PR), Carlos Marun (MS) e Sérgio Souza (PR). A expectativa é que o número de candidatos aumente consideravelmente a partir de hoje, o que pode levar a um recorde de candidaturas.
Na intenção de consolidar o governo em eventual confirmação do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, Temer precisa de um aliado de confiança ocupando o posto. Mas aliados do interino já encaram a situação como uma espécie de sinal amarelo, uma vez que a quantidade de candidaturas aponta para uma dispersão entre os aliados. Em várias ocasiões, integrantes do governo declararam que Temer não vai se envolver na disputa, com receio de que uma candidatura oficial provoque de vez um racha em sua base.
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