Apesar de ser vista como uma tarefa quase impossível, integrantes do governo acreditam que podem barrar o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff no Senado. E, para isso, contam com uma tropa de choque formada basicamente por integrantes do PCdoB, PT e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com poder de fogo maior no Sendo do que na Câmara dos Deputados, onde foi derrotado.
A primeira batalha, segundo interlocutores, já foi vencida. Apesar da pressa do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do presidente do PMDB em exercício, Romero Jucá (RR), e do vice-presidente Michel Temer, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), adiou para a próxima semana a instalação da comissão especial na Casa que vai analisar o processo de afastamento da presidenta. Assim, o governo ganha mais tempo para tentar recompor a base aliada até a próxima semana. O freio no processo de impeachment foi, inclusive, um pedido feito por Dilma.
Agora, com o processo no Senado, os integrantes da base querem buscar os votos de integrantes do PMDB, PP, PTB e PR para tentar reverter esse cenário na fase de admissibilidade do processo, embora eles acreditem que tenham mais chances de barrar o impeachment no mérito, quando serão necessários 2/3 dos votos.
Essa tentativa de repactuação da base por meio do Senado deve ter a ajuda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que sempre teve uma articulação melhor na casa revisora que na Câmara. Assim, o governo espera ter o apoio de antigos aliados como o próprio Renan, o presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), e Roberto Requião (PMDB-PR). Dessa forma, esperam convencer os demais senadores sobre os vícios no processo de impedimento.
Uma articulação do PCdoB e do PT tenta reforçar a tese de inexistência de crime de responsabilidade. Alguns senadores, inclusive do PMDB, como João Alberto (MA), partilham dessa tese. Desde o início da semana, deputados das duas siglas já informam aos senadores aspectos sobre o processo de impeachment. O deputado Rubens Pereira Júnior (PCdoB-MA), um dos responsáveis pela defesa da presidente Dilma na Câmara, deve participar desse processo de convencimento parlamentar no Senado.
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