Vários integrantes da comissão especial do impeachment no Senado estão sendo investigados na Justiça ou foram alvo de acusações. O próprio relator da comissão, o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), foi acusado pelo policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o “Careca”, de ter recebido R$ 1 milhão em 2010 a mando do doleiro Alberto Youssef. Em outubro de 2015, contudo, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, mandou arquivar o inquérito contra Anastasia.
A comissão também é integrada pelo senador Zezé Perrela (PTB-MG). Em novembro de 2013, a Polícia Federal apreendeu um helicóptero pertencente a uma empresa da família do senador com uma carga de 445 kg de pasta-base de cocaína. O piloto do helicóptero ocupava um cargo de confiança na Assembleia Legislativa de Minas Gerais por indicação do deputado estadual Gustavo Perrella, filho do senador. A Polícia Federal descartou o envolvimento da família do senador no transporte da droga.
O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) foi acusado por seu ex-colega de bancada Demóstenes Torres, em março de 2015, de de ter sido financiado pelo contraventor Carlos Cachoeira nas campanhas que disputou nos anos de 2002, 2006 e 2010: “Ronaldo, fazia sim, parte da rede de amigos de Carlos Cachoeira, era, inclusive, médico de seu filho. Mas não era só de amizade que se nutria Ronaldo Caiado, peguem as contas de seus gastos gráficos, aéreos e de pessoal, notadamente nas campanhas de 2002, 2006 e 2010, que qualquer um verá as impressões digitais do anjo caído”.Caiado nega as acusações.
Outro integrante da comissão, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), teve seu mandato de governador cassado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em fevereiro de 2009, sob acusação de abuso de poder econômico e político.
Dos demais integrantes da comissão, estão sendo investigados no Supremo os senadores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Wellington Fagundes (PR-MT), Fernando Bezerra (PSB-PE), Gladson Cameli (PP-AC), Simone Tebet (PMDB-MS), Vanessa Grazziotin (PC do B-AM), Gleisi Hoffmann (PT- PR) e Lindbergh Farias (PT-RJ).
Aloysio Nunes é alvo de um inquérito no Supremo Tribunal Federal em razão de desdobramentos da Lava Jato: ele é acusado de ter recebido propina de R$ 500 mil, o que ele nega. Fernando Bezerra foi citado na delação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, acusado de ter recebido R$ 20 milhões na época em que era secretário do governador Eduardo Campos. Fernando Bezerra disse “que ao final dos inquéritos tudo ficará esclarecido”.
Gleisi é acusada de ter recebido doações de campanha no valor de R$ 1 milhão, e Lindbergh, doações de R$ 2 milhões. Gleisi nega ter recebido doações de Paulo Roberto Costa, e Lindbergh afirma “que todas as doações de campanha foram registradas na forma da lei”. Os demais senadores negam as acusações.
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