Mal ganhou o noticiário a informação de que o petista José Eduardo Cardozo deixaria o Ministério da Justiça por sua atuação apagada como chefe da Polícia Federal – que devassa a vida de petistas e empresários na Operação Lava Jato –, e o nome do novo ministro era anunciado: Wellington César Lima e Silva, agora um dos homens mais importantes da República.
Mas, afinal, quem é ele? Silva, 50 anos, é Procurador, foi chefe do Ministério Público da Bahia por duas vezes e era, até ontem, o número três na hierarquia do órgão. Ganhou o cargo de ministro graças a seu padrinho, o número 2 do Planalto e homem de confiança da presidenta Dilma Rousseff, o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner.
Foi sob seu mandato no governo baiano que Silva ganhou projeção. Virou procurador-geral de Justiça da Bahia por indicação de Wagner, embora tenha sido o menos votado por seus colegas procuradores em uma lista com três nomes.
De perfil progressista, já se manifestou contra a redução da maioridade penal. Mas talvez tenha sido suas considerações sobre o papel investigativo da Polícia Federal a razão para sua indicação para o lugar de Cardozo, mal visto pelo PT e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por dar liberdade demais à PF.
Para o novo ministro, o poder de investigação da Polícia Federal, chamada de “polícia judiciária”, não deve prescindir do apoio do Ministério Público e que sua independência não precisa significar “hegemonia” no processo de investigação. Ele se referia à PEC 37, que em 2013 pretendia tirar poderes de investigação do Ministério Público.
De perfil técnico, sua escolha desagradou setores do PT, especialmente Ricardo Berzoini, ex-presidente do partido e ministro-chefe da Secretaria de Governo, que preferia uma indicação política.
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