A gota d’água foi ontem, quarta-feira (9). Cansados da manipulação de resultados e decisões ilegais do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), os membros do Conselho de Ética da Casa decidiram acabar com a farra e votar de uma vez o afastamento do parlamentar, acusado de quebrar o decoro parlamentar ao mentir na CPI da Petrobras, onde negou manter contas secretas na Suíça em seu nome.
A paciência dos parlamentares acabou depois de uma sequencia de manobras que Cunha orquestrou para impedir o processo que pode cassá-lo. Pela sexta vez, Cunha conseguiu impedir a votação do parecer que decide sobre a continuidade da ação contra ele. Mais: destituiu um opositor da relatoria do caso, deputado Fausto Pinato (PRB-SP).
A ajuda foi de ninguém menos do que o primeiro-vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), aliado de Cunha e outro citado na Operação Lava Jato.
Diante na nova investida, a cúpula do Conselho de Ética planeja para hoje um recurso para revogar o ato de Maranhão alegando que Cunha utiliza do cargo para benefício pessoal. Na mesma ocasião, pretende votar também o afastamento do presidente, informa o jornal O Estado de S. Paulo.
Membro do conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA) prometeu “ir até o papa para afastar Cunha”. Se a resolução de fato passar, o plenário da Casa vai finalmente decidir de Cunha fica ou é cassado.
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