Contradições de Temer iniciam desgaste na área econômica

Henrique Meirelles e Michel Temer - Foto: Montagem/Lula Marques
Henrique Meirelles e Michel Temer – Foto: Montagem/Lula Marques

Considerado o grande trunfo de Michel Temer, a área econômica começa a ser alvo de desgaste no governo interino. Embora sua equipe econômica ainda seja o grande trunfo diante do mercado financeiro, Temer vem tomando medidas incoerentes na área fiscal, o que já começa a criar atrito entre aliados e apoiadores do meio empresarial.

Ao mesmo tempo em que Temer defende um teto para gastos públicos, ele reajustou o Bolsa Família, concedeu aumento aos servidores, cedeu a um acordo vantajoso para os Estados e ainda aprovou um rombo de R$ 170 bilhões, considerado por alguns um aval para o governo gastar mais do que tem.

A desconfiança aumentou quando Temer recuou de enviar a reforma da Previdência ao Congresso. Um membro da equipe econômica teria confidenciado a senadores que, se o projeto não for aprovado ainda em 2016, é possível “ruir o teto do Planalto”, escreve o jornal Folha de S.Paulo.

A base aliada em Brasília desconfia de que, se Dilma Rousseff for definitivamente afastada, Temer chegará sem força política em 2017, uma vez que o Congresso não deve mover uma palha a partir de setembro, vésperas das eleições municipais em todo o Brasil.

Bolsa Família

Apesar do aumento concedido aos beneficiários do Bolsa Família, o dinheiro reservado para este fim pode diminuir sob Temer. Ao assumir o Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário, o ministro Osmar Terra afirmou começar com um pente-fino no Cadastro Único, que retiraria cerca de 10% dos beneficiários, o que representa 1,38 milhão de pessoas fora do cadastro e significa um impacto na vida de 4,6 milhões de brasileiros.


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.