O coronel da reserva Paulo Malhães foi encontrado morto na manhã desta sexta-feira (25) dentro de sua casa, num sítio do bairro Marapicu, zona rural de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
O militar da reserva teve atuou na repressão política durante a ditadura militar. No mês passado, em depoimento à Comissão Nacional da Verdade, ele assumiu ter participado de torturas, mortes e desaparecimentos de presos políticos. Ele estava sendo questionado sobre o desaparecimento do corpo do Deputado Rubens Paiva.
Segundo a filha de Malhães, três pessoas entraram na casa do coronel na tarde de quinta-feira (24), prenderam a mulher dele num aposento e mataram ele por sufocamento. O grupo levou todas as armas que ele tinha em casa.
Segundo investigadores da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense, que acabam de realizar uma perícia no local, Malhães ficou em poder dos bandidos de 13h às 22h, segundo o relato de testemunha.
Policiais apreenderam na casa um rifle e uma garrucha antigas e colheram impressões digitais, que serão analisadas. Nadine Borges, integrante da Comissão Estadual da Verdade e responsável por tomar o depoimento de Malhães, cobrou uma investigação célere. Segundo ela, este não pode ser tratado como crime comum.
Em depoimento dado à Comissão da Verdade, em março, o coronel afirmou: “Matei tantas pessoas quanto foram necessárias“. Na data, a Carta Capital fez uma edição com as principais falas deste depoimento, que pode ser visto no vídeo abaixo:
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