A oposição está perdendo tempo tentando incriminar o pecuarista José Carlos Bumlai, considerado amigo do ex-presidente Lula, e acusado de repassar dinheiro para uma campanha eleitoral do PT. A afirmação é da defesa do empresário, que diante da dificuldade de conseguirem provas contra seu cliente, fez piada na peça que integra a ação.
Nela, o advogado Arnaldo Malheiros escreve: “Na verdade, o crime é ser amigo de Lula e, pasme, existe até fotografia de ambos numa festa junina, tornando irretorquível a consumação do delito do art. 362 do Código Penal”.
A ironia está no artigo, que não existe, uma vez que o Código Penal é composto por 361 artigos. O advogado acusa abuso na prisão de seu cliente uma vez que ela foi justificada como “prevenção à ordem pública”. “Sua ameaça à ordem consiste em seu potencial de, no crescendo da indignação, delatar o ex-presidente de alguma forma. Essa é a essência deste processo”, crava.
Para o advogado, Bumlai foi tratado na imprensa “como se fosse ele a isca perfeita para se conseguir fisgar o peixe (ou melhor, o molusco cefalópode) que muitos queriam – e ainda querem – na frigideira”, informa o jornal Folha de S.Paulo.
Bumlai de fato cometeu irregularidade – já admitida por ele – ao repassar ao PT um empréstimo conseguido junto ao Banco Schahin, que posteriormente levou um contrato da Petrobras. Segundo a defesa, “a única irregularidade”: “O que não se confunde com prática de corrupção passiva, gestão fraudulenta ou lavagem de dinheiro.”
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