Oito meses foi o tempo que o ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP-PE) levou para assinar sua delação premiada e contar à Lava Jato sua versão sobre a corrupção na Petrobras. Há duas semanas está com a Procuradoria-Geral da República (PGR) as acusações de um ex-presidente do PP que entrega um ministro do TCU, coloca Lula sob suspeita e conta detalhes do que alguns chamam de “mensalão tucano”, a compra literal dos votos que aprovaram no Congresso a possibilidade de reeleição para o cargo de Executivo, o que assegurou a reeleição do então presidente, Fernando Henrique Cardoso, em 1997.
Ao todo são 70 anexos, um deles dedicado a essa fase do governo FHC. O trecho a que o jornal Folha de S.Paulo teve acesso menciona como Olavo Setúbal, do Banco Itaú (morto em 2008), atuou pessoalmente no assunto.
Ele distribuiria a deputados e senadores bilhetes premiados. “Olavo Setúbal dava bilhetes a parlamentares que acabavam de votar, para que se encaminhassem a um doleiro em Brasília e recebessem propinas em dólares americanos”, diz o ex-parlamentar.
Preso em Curitiba, Corrêa teria poucas provas sobre essa história ou sobre outras, como a de que Lula teria batido o martelo na nomeação de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras e um dos primeiros a delatar.
O conteúdo de seus relatos é aguardado com anseio. Ex-presidente do PP por 40 anos, ele integrou a base aliada dos três últimos presidentes.
TCU
Sobrou também para Augusto Nardes, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). Quando ainda era deputado federal pelo PP, entre 2003 e 2005, ele teria sido um dos beneficiados da propina supostamente arrecadada pelo deputado José Janene (morto em 2010) na Petrobras.
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