A delação não premiada de Eduardo Cunha

Foto: : Lula Marques/AGPT
Foto: : Lula Marques/AGPT

Com uma sinopse de quatro páginas, o ex-deputado Eduardo Cunha negociava no mercado editorial a publicação de um livro sobre os bastidores do impeachment de Dilma Rousseff até poucos dias antes de ser preso. Responsável pela abertura do processo que culminou no impeachment, Cunha já conversou com pelo menos quatro editoras, entre elas a Contexto.

Em reuniões realizadas em Brasília, São Paulo e no Rio de Janeiro, o ex-deputado disse que pretendia trabalhar o livro em duas partes. Na primeira delas, com título provisório de Do Golpe ao Golpe, ele faria uma análise comparativa entre a deposição do ex-presidente Fernando Collor, em 1992, e a de Dilma Rousseff. Na segunda parte, que poderia até ser intitulada Delação Não Premiada, Cunha entraria em detalhes sobre o processo de impeachment.

O plano apresentado pelo ex-deputado aos editores envolvia a entrega dos originais em 15 de novembro, dia da Proclamação da República, e lançamento antes do Natal. A pelo menos um editor o ex-deputado pediu R$ 1 milhão de adiantamento, mas, durante a conversa, o valor baixou para R$ 500 mil. Ainda assim, o negócio não foi fechado.

“A sociedade merece saber todos os detalhes. Já pretendia fazer isso, mas agora vou fazer mais rápido porque tenho tempo”, tinha anunciado Cunha em entrevista coletiva, logo após ter seu mandato como deputado federal cassado, no final da noite da segunda-feira 12 de setembro. Por enquanto, são apenas planos. Embora considerem o livro prometido por Cunha como potencial sucesso, os editores contatados por ele só viram mesmo um resumo da obra.


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