Por mais que tentem convencê-lo de que é a solução mais sensata, Lula não será ministro.
Ele sabe que, se aceitar, a oposição vai martelar duas coisas todos os dias: que é confissão de culpa e que ele se acovardou. E aí ele perde seu maior capital: a coragem.
O que o diferencia dos outros políticos brasileiros.
A coragem, a ousadia e a inteligência de nunca fazer o óbvio.
É óbvio que seria mais seguro para ele aceitar.
É óbvio que seria melhor até para o governo ganhar um reforço desse quilate.
Um ex-presidente por oito anos tem as maiores credenciais para ser ministro de qualquer pasta.
Não seria um ministro de fachada, mas um quadro de real importância numa crise.
Seu otimismo, energia e determinação poderiam contaminar e acordar o governo.
Poderia ser bom para o país se o clima fosse outro.
Mas Lula não será ministro – para não se esconder de Moro.
Ele prefere enfrentá-lo cara a cara. Como num duelo ao amanhecer.
Nenhuma prisão será pior para ele do que fugir da raia.
Se for preso, fica mais forte.
Se aceitar ministério, fica mais fraco – num mundo onde os fracos não têm vez.
No bang-bang e na vida nunca faz bem ser chamado de “chicken”.
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