Dilma critica Temer por não pagar reajuste do Bolsa Família

A presidenta afastada Dilma Rousseff participa de ato em Recife - Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
A presidenta afastada Dilma Rousseff participa de ato em Recife – Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

O Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário informou que o pagamento dos benefícios do Bolsa Família do mês de junho começou a ser feito nesta sexta-feira (17) sem o reajuste de 9% concedido pela presidenta Dilma Rousseff. De acordo com o ministério, o atual governo está fazendo uma avaliação nos recursos disponíveis para pagar o reajuste. Em ato no Recife, a presidenta afastada Dilma Rousseff  chamou de “mesquinharia” o não pagamento.

O reajuste de 9% no Bolsa Família foi concedido por Dilma por meio de um decreto publicado no dia 6 de maio, uma semana antes da votação do impeachment no Senado. O valor médio do benefício passaria de R$ 162 para R$ 176 mensais. Em ato público no Recife, a presidenta afastada disse que existem recursos para o pagamento do reajuste.

Hoje eles não pagaram o reajuste do Bolsa Família, de 9%, que nós tínhamos deixado os recursos e aprovado direitinho. Quanto custa isso? Menos de um bilhão de reais. Mas ao mesmo tempo eles vão e aumentam o déficit, e dentro do déficit dão aumento a todos que lhes interessam. Pro povo pobre desse país um bilhão é muito. Para os ricos 56 bilhões é pouco”, disse.

A presidenta afirmou que a decisão “é uma mesquinharia com o povo pobre desse país e mostra o verdadeiro intuito desse governo provisório, ilegítimo e interino, que é reduzir o máximo que puderem os direitos conquistados, os direitos sociais. Os direitos de cada um dos brasileiros, principalmente os mais pobres”.

Na capital pernambucana, Dilma participou de manifestação organizada pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. O ato “Mulheres com Dilma pela democracia e contra a violência” foi realizado na Praça do Carmo, centro do Recife. Foi a segunda agenda da presidenta afastada na cidade. No início da tarde, ela participou de um ato na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde recebeu apoio de professores, técnicos e alunos de universidades públicas, além de funcionários de órgãos de pesquisa nacionais e do reitor da UFPE, Anísio Brasileiro. 

No ato com mulheres, a presidenta afastada voltou a criticar projetos do governo Temer, como a criação de um teto de gastos públicos vinculado ao crescimento da inflação, e também a falta de representatividade da diversidade brasileira na equipe ministerial interina: “É um governo de homens brancos ricos e velhos”.

Além de movimento de mulheres, parte da equipe do longa-metragem pernambucano Aquarius, selecionado para o Festival de Cannes, esteve presente. No festival, ocorrido na França em maio, o grupo fez um protesto criticando o processo de impeachment no país. “Queria cumprimentá-la. É uma presença muito simples, muito rápida”, disse o cineasta e diretor do longa-metragem, Kleber Mendonça Filho. “Acho que o que acontece no país é extremamente sério, e se você tem um ponto de vista e tem um posicionamento, e é importante defender esse posicionamento”.

A atriz Maeve Jinkings defendeu que o impeachment é uma tentativa de barrar a Operação Lava Jato. “Acho que o impeachment é uma ferramenta para livrar alguns políticos, que estão articulando o processo, para se livrar da cadeia, da punição. São pessoas que reproduzem o que eles próprios apontam como errado. A gente tem que discutir reforma política e devolver o cargo da presidenta”.

* Com Agência Brasil


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