A multidão de mulheres lotou a Casa de Portugal para ouvir a presidenta afastada Dilma Rousseff nesta sexta-feira (8) em São Paulo, em ato organizado pela Frente Brasil Popular. Um grupo de pessoas que não conseguiu entrar no local ficou acompanhando por um telão na rua.
No ato, Dilma saudou às mulheres que, como ela, foram presas durante a ditadura militar, e falou que se surpreendia com quem esperava a sua renúncia: “Sei que minha presença incomoda a eles. Vou lutar todos os dias da minha vida, como sempre lutei. Não entrego o jogo”.
A presidenta também comentou as “lágrimas de crocodilo de Cunha”. “A cada dia fica mais claro que não tem base jurídica para o impeachment. O próprio Cunha, que é investigado, que tem contas na Suíça, professou ao anunciar sua renúncia, que seu maior mérito como presidente da Câmara tinha sido aceitar o processo de impeachment”.
Dilma falou que o golpe contra ela tem um componente machista e lembrou de um episódio que ocorreu em sua primeira campanha à presidência, em 2010: “Uma mulher me chamou para dizer que sua filha pequena tinha uma pergunta. A menina me perguntou: ‘Mulher pode?’. Estou aqui para dizer que mulher pode. Mulher pode e deve ser presidenta”.
A presidenta alertou também para o programa de governo de Michel Temer, que, segundo ela, jamais passaria pelo crivo das urnas: “Quem votaria pelo fim do Minha Casa Minha Vida? O Ministro da Saúde já disse que quer vender plano de saúde mais barato e com pouca cobertura para os pobres. Querem acabar com o SUS. E já estão de olho nos nossos recursos. Querem vender nosso patrimônio, nosso passaporte para o futuro, que é o petróleo e o pré-sal”.
A petista esteve mais cedo em um ato organizado pelo MTST para defender o programa Minha Casa Minha Vida, no Condomínio João Cândido, em Taboão da Serra, São Paulo.
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