Dilma: Cunha é o “pecado original” do impeachment

Dilma Rousseff durante abertura da Conferência Nacional de Direitos Humanos e encerramento das Conferências Nacionais dos Direitos da Criança e do Adolescente, da Pessoa Idosa, de LGBT e da Pessoa com Deficiência. Foto: Roberto Stuckert Filho/Fotos Públicas (27/04/2016)
Dilma Rousseff durante abertura da Conferência Nacional de Direitos Humanos e encerramento das Conferências Nacionais dos Direitos da Criança e do Adolescente, da Pessoa Idosa, de LGBT e da Pessoa com Deficiência. Foto: Roberto Stuckert Filho/Fotos Públicas (27/04/2016)

“O senhor presidente da Câmara [Eduardo Cunha] queria fazer um jogo escuso com o governo. Qual é? ‘Votem para impedir que eu seja julgado no Conselho de Ética, tirem os votos que o governo tem no conselho, eram três [votos], e aí eu não entro no processo de impeachment. Um governo que aceita uma negociação dessas é um governo que entra em processo de apodrecimento. Por isso nós recusamos essa negociação.”

A fala é da presidenta Dilma Rousseff, feita nesta quarta-feira durante discurso na Conferência Nacional de Direitos Humanos. Ela explicava como o processo de impeachment criado contra ela, e que atualmente está no Senado, foi usado por Cunha para que ele pudesse escapar de seu processo no Conselho de Ética da Câmara, que o acusa de decoro parlamentar por mentir sobre contas bancárias no exterior.

Dilma disse ainda que Cunha é o “pecado original” do processo de impeachment que tramita contra ela.

Entre outras coisas, o presidente da Câmara também é acusado de receber propina da Petrobras. A última informação sobre isso ocorreu nesta terça-feira (26), quando o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, confirmou o repasse de dinheiro oriundo do esquema de propina na Petrobras ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Baiano disse que os pagamentos eram feitos em espécie e que os repasses ocorreram em 2011 e 2012.

“Houve reunião de Júlio Camargo [empresário] com Cunha para tratar diretamente desses valores, no dia 18 de setembro de 2011, no Leblon onde ficou acertado o pagamento de US$ 5 milhões. Pessoalmente entreguei R$ 4 milhões para Cunha”, disse baiano aos deputados do conselho.

Baiano é apontado na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, como operador de recursos para o PMDB no esquema de pagamento de propina em negócios irregulares envolvendo a Petrobras. 

Sem citar o vice-presidente Michel Temer, Dilma disse que um eventual governo de seu sucessor, caso o Senado decida afastá-la da Presidência, vai retirar direitos sociais e de grupos como a população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transsexuais e transgêneros). A presidenta citou a inclusão do nome social na identidade das pessoas que mudaram de sexo, reivindicação antiga da comunidade homossexual. 

“Nós [governo] vamos discutir o nome social. Eles não vão discutir o nome social com vocês. Eu asseguro a vocês que nós discutimos. Eles não só não discutem como jamais farão uma legislação para garantir direitos do povo LGBT”, disse.

Impeachment
A uma plateia de milhares de defensores dos direitos humanos, Dilma repetiu que não possui contas no exterior, que não usou dinheiro público para se beneficiar, que não é acusada de corrupção e que não cometeu crime de responsabilidade, o que daria base jurídica para o impeachment.

Mais uma vez, a presidenta explicou que os seis decretos de suplementação que foram assinados por ela, e que embasam o pedido de impedimento que tramita no Senado, fazem parte de uma acusação “arranjada” e “frágil”. “Sempre foi feito isso [decretos] no Brasil desde 1994, só que na minha vez é crime. Só tem isso. Não tendo crime para me acusar, inventam que é crime aquilo que não é crime.”

Dilma chamou de “meia verdade” o argumento de que o processo de impeachment é legal porque está previsto na Constituição. “Você faz uma meia verdade pra encobrir sua mentira. De fato, todo mundo aqui pode dizer que o impeachment está previsto na Constituição Federal. Só que não pode ter impeachment sem base jurídica, sem crime. Aí quando você faz impeachment sem base legal você está é praticando um golpe”, completou. As informaç~es são da Agência Brasil.


Comentários

Uma resposta para “Dilma: Cunha é o “pecado original” do impeachment”

  1. Avatar de JORGE ALMADA
    JORGE ALMADA

    É degradante ver uma Presidenta eleita pelos brasileiros entonar constantemente a palavra “golpe” e rivalizar com o Presidente da Câmara Eduardo Cunha como se fosse ele o idealizador de ação do impeachment.

    Já era de esperar que este tipo de desonroso comportamento da Presidenta Dilma em público visto que não tem formação política, desconhece administração pública, não sabe discursar e teve sua formação mais direcionada como administradora ( ex – Administradora de Lojinha Falida de 1,99) e ações contra revolucionária.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.