Dilma diz que política econômica está na “defensiva” após a crise

Reprodução.
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Nesta segunda-feira (22), a presidente e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff participou de sabatina no jornal “Bom Dia Brasil” (Rede Globo). Entre os assuntos abordados, Dilma falou da CPI da Petrobras, dos resultados da educação nos últimos 12 anos e sobre a economia do país. A entrevista foi marcada por um clima tenso, principalmente com a jornalista Míriam Leitão que interrompeu a presidenta inúmeras vezes. Dilma chegou a pedir calma aos entrevistadores: “Só um pouquinho, Miriam, o raciocínio”. “Deixa eu continuar, porque se não é impossível”. “Minha querida, deixa eu acabar de responder, pelo amor de Deus, porque o debate é comigo, né? Então vamos embora”. 

Dilma e Miriam discordaram sobre os números de crescimento de outros países, como a Alemanha, e também sobre os recentes dados educacionais do Brasil. Em ambos os casos, elas usavam métricas diferentes para justificar seu raciocínio. Ao final da exibição da entrevista, que durou 30 minutos, a apresentadora Ana Paula Araújo esclareceu que os dados levantados por ambas estavam corretos. Assista a íntegra a entrevista.

Dilma Rousseff negou que esteja fazendo uma campanha do medo contra a candidata do PSB, Marina Silva. Ela disse que está apenas “alertando” a população sobre as repercussões que as propostas de sua opositora podem ter e deu o exemplo do posicionamento sobre a independência do Banco Central. “É simplesmente colocar um quarto poder na Praça dos Três Poderes. Aí vai chamar Praça dos quatro poderes. Ela diz que vai reduzir o papel dos bancos públicos. Eu acho que estou alertando. Reduzir o papel dos bancos públicos que que significa? Quero saber como é que vão financiar a infraestrutura no Brasil”. Veja destaques sobre os principais pontos:

Petrobras

Sobre a estatal, Dilma alegou que o ex-diretor Paulo Roberto Costa, envolvido com um esquema de desvio de recursos da estatal, era um “funcionário de carreira” da empresa e foi conduzido à diretoria “por suas credenciais”. Dilma disse que irregularidades estão sendo descobertas porque o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu “mecanismos de autonomia” à Polícia Federal. Ela disse ainda que investigações não comprometem produção de petróleo. Segundo Dilma, a estatal “foi responsável” pelo déficit comercial do Brasil entre 2011 e 2013. Mas “a Petrobras já se recuperou”, afirmou a presidente, argumentando ainda que a estatal já está batendo recordes de produção na camada pré-sal.

Economia

Dilma afirmou também que a política econômica está na “defensiva” após a crise econômica mundial. De acordo com a candidata do PT, só com a recuperação econômica de outros países será possível adotar uma política econômica “ofensiva” no Brasil. Ela ressaltou a manutenção do emprego e valorização do salário mínimo durante seu governo. “Nós estamos numa situação em que o Brasil está na defensiva em relação à crise internacional, protegendo emprego, salário e investimentos”, disse Dilma na entrevista gravada no domingo e exibida nesta manhã. Neste tópico a jornalista Míriam Leitão interrompeu diversas vezes a fala de Dilma. Veja trecho: 

Dilma Rousseff: A situação no mundo é extremamente problemática, nós não temos mercados.

Chico Pinheiro: Candidata…

Dilma Rousseff: A situação está em compressão. Mesmo os nossos vizinhos…

Chico Pinheiro: Em função do tempo…

Miriam Leitão: O que a senhora pretende fazer para reverter a situação?

Dilma Rousseff: Deixa eu continuar porque senão é impossível…

Miriam Leitão: Mas a minha pergunta a senhora não está respondendo.

Dilma Rousseff: Os nossos vizinhos… Eu respondo, eu estou fazendo a premissa para chegar na conclusão.

Miriam Leitão: É que fica muito tempo na premissa.

Dilma Rousseff: Pois é, mas a vida é complicada. Mas, voltando: os nossos vizinhos também estão em situação difícil. O nosso maior importador, que é a Argentina, aqui na região, está em uma situação bem problemática: 80% dos nossos manufaturados vão para lá.

Educação

Sobre educação, Dilma foi questionada sobre a queda da qualidade do ensino aferida pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). “Os dados são os seguintes: nós melhoramos imensamente, nós voltamos a fazer teste. Sabe por que você sabe isso? Porque antes não tinha teste nenhum. Agora tem prova Brasil, provinha Brasil. Tudo é testado”, disse a Presidenta. Dilma disse ainda que vai melhorar o acesso a creche, alfabetização na idade certa e ensino em tempo integral. “Passamos de 3 milhões de universitários para 7 milhões. E 8 milhões no ensino técnico. Criamos 436 escolas técnicas no Brasil.”

A entrevista de Aécio Neves (PSDB) será exibida nesta segunda-feira 23 e a de Marina Silva (PSB) na quarta-feira 24.


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