Crescimento. Essa será a palavra de ordem no encontro deste final de semana do G20, grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia, em Brisbane, na Austrália.
Comandando uma economia estagnada e vindo de uma eleição que quase lhe tirou do poder, a presidente Dilma Rousseff deve ser uma das mais ardorosas defensoras da retomada global durante a cúpula. Segundo o último Relatório de Mercado Focus, divulgado pelo Banco Central, as previsões dos analistas apontam um modesto crescimento de 0,20% no Produto Interno Bruto brasileiro (PIB) em 2014.
Para o ano que vem, a expectativa é pouquíssimo melhor: alta de 0,8%. E os dois indicadores caem semana após semana. Por isso, espera-se que Dilma defenda em Brisbane a necessidade de medidas globais para impulsionar a economia e ampliar os investimentos.
Nesse sentido, ela pode ter a companhia de outros líderes que enfrentam dificuldades econômicas, como o presidente da Rússia, Vladimir Putin, duramente afetado pelas sanções dos Estados Unidos, e os primeiros-ministros da França, François Hollande, e da Itália, Matteo Renzi, que lutam para se desfazer das amarras fiscais e da austeridade imposta pela União Europeia.
Antes do início da reunião oficial, no sábado (15), os países dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) terão um encontro para tentar afinar o discurso para o evento principal. Durante seu mandato, Dilma vem tentando fortalecer o grupo para ele se contrapor às instâncias de discussões dominadas pelas nações desenvolvidas.
Já no G20, o cardápio de reuniões bilaterais da presidente é extenso: Angela Merkel (Alemanha), Xi Jinping (China), Putin e Barack Obama (Estados Unidos). Essa última pode enterrar de vez a crise diplomática entre os governos brasileiro e norte-americano por conta do escândalo de espionagem revelado pelo ex-analista norte-americano Edward Snowden.
A expectativa é que a conversa sirva como ponto de partida para confirmar a visita de Dilma aos EUA, após ela cancelar uma viagem marcada para o final do ano passado em retaliação ao monitoramento de suas comunicações pela Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos. A presidente desembarcou na manhã de quinta-feira (13) em Brisbane. A cúpula do G20 ocorrerá entre os dias 14 e 15.
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