Dilma sobre maioridade: “Ficou claro que não protege os jovens”

Foto: Roberto Stuckert Filho/ Fotos Públicas (27/05/2015)
Foto: Roberto Stuckert Filho/ Fotos Públicas (27/05/2015)

A presidenta Dilma Rousseff declarou, neste domingo (8), em entrevista concedida ao jornal O Estado de S. Paulo, que não é a favor da redução da maioridade penal por um motivo simples: a medida não gerou resultados positivos onde foi aplicada. Além disso, a presidenta também defendeu sanções mais longas caso o menor cometa crimes considerados hediondos: “Defendemos um projeto de lei no qual puniríamos fortemente o adulto da quadrilha que usasse criança e adolescente como escudo. E o crime hediondo praticado por menor tem de ter tratamento diferenciado.”

Outra pauta discutida na entrevista foi a recente explosão da crise na Federação Internacional de Futebol (Fifa), a qual resultou na prisão de José Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol e atual vice-presidente da instituição. “Se tem problema na CBF, na Fifa, que comece a ser investigado. Quem tiver de ser punido, que seja. E que se coloque de forma clara que estes organismos têm de ser transparentes e prestar contas, porque mexem com um volume grande de dinheiro”, afirmou a presidenta.

Apesar de filiada ao Partido dos Trabalhadores e o grupo ser veementemente contra o projeto de terceirização já discutido nas Casas, Dilma Rousseff disse não ser contra a terceirização, além de acreditar que a votação desta pauta não acontecerá tão cedo: “(…) não estou acreditando que vão votar a terceirização agora, porque no Senado não é a mesma coisa que na Câmara. Eu não acho que é tão fácil. Eu não sou contra a terceirização. Você tem mais de 12 milhões de trabalhadores terceirizados que precisam ter seus direitos protegidos.”

O ajuste fiscal, projeto criticado fortemente pela oposição e que enfrenta dura resistência nas Casas legislativas, foi defendido por Dilma, que acredita que a medida é fundamental para o País voltar a crescer: “A retomada do crescimento começa com o ajuste e se complementa com medidas que vamos anunciar até agosto. Tem o Programa de Investimento em Logística (PIL) e até o dia 15 lançamos o Plano Safra da Agricultura Familiar.Depois vêm o Programa Nacional de Exportação e o Minha Casa Minha Vida 3.”, completou a presidenta.

Dilma também revelou seu descontentamento com as críticas assíduas ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o qual, segundo ela, vem se transformando em um ‘judas’ do ajuste fiscal: “Não se pode fazer isso, criar um Judas. Isso é mais fácil. É bem típico e uma forma errada de resolver o problema.”


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