O cardeal da Arquidiocese de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, negou nesta sexta-feira (13) que tenha convocado pessoas para participar da marcha contra a presidenta Dilma Rousseff, como sugere uma imagem compartilhada em redes como o Facebook e o WhatsApp nesta semana. Por meio do seu perfil no Facebook, ele disse que a informação é falsa. “A frase deste anúncio não é do Cardeal. Ele não foi consultado e, portanto, não autoriza essa publicação”, diz uma das mensagens postadas em sua página.
A imagem compartilhada tem a seguinte mensagem: “a igreja tem um papel fundamental na sociedade e jamais poderá aceitar o pecado calado. Pecado tem que ser combatido com oração e com ação. Estão roubando no Brasil, vamos todos dia 15/03, não é para ficar em casa”. O nome de Dom Odilo está escrito errado, “Sherer”, sem a letra “c”, de “Scherer”.
Uma das páginas que compartilhou as declarações falsas é a Admiradores de Rachel Sheherazade, apresentadora do canal SBT e da rádio Jovem Pan e que é publicamente oposicionista ao governo do PT. Nela, é possível encontrar mensagens atribuídas ao deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) e ao jornalista da Globo, Alexandre Garcia, além de vídeos com discursos raivosos do apresentador da Band, José Luiz Datena, e do pastor da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo.
Marcha pelo impeachment
O protesto contra a presidente Dilma Rousseff vai acontecer neste domingo, em diversas cidades brasileiras, e está sendo convocado por alguns perfis do Facebook. O principal deles é o do Movimento Brasil Livre, criado durante as eleições do ano passado, quando apoiou a campanha do tucano Aécio Neves. Na rede social, a página do movimento tem 62 mil curtidas e o evento “oficial” da marcha, possui 110 mil adesões em 986 mil convites enviados a usuários de todo o país e até do exterior, onde se espera pequenos ato em países como Paraguai, Austrália, Canadá, Estados Unidos e Inglaterra. A motivação principal da manifestação é pedir o impeachment da presidente Dilma.
“A cada dia fica mais clara a culpa (por omissão ou negligência da residente Dilma nos bilionários escândalos de corrupção envolvendo a Petrobras. Dilma, além de ser Presidente da República há quatro anos, presidiu o Conselho de Administração da Petrobras por quase oito anos (2003-2010) – período onde ocorreram verdadeiras monstruosidades envolvendo recursos da maior empresa do Brasil. É hora de darmos um basta nisso e mostrarmos que o Brasil não é e nem será de políticos corruptos que se utilizam das nossas riquezas para levarem vantagem e se perpetuarem no poder”, diz um trecho do perfil do grupo.
Segundo a página, os organizadores esperam que esse seja o “maior protesto anti-PT da história”. Nela, ainda é possível encontrar uma conta de PayPal para colaborar financeiramente com o grupo para a compra de bandeiras e adereços e aluguel dos carros de som. O perfil postou nesta semana algumas mensagens contrárias a “intervenção militar” e criticando o “governo bolivarianista” do PT.
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