O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), será denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo informações do Valor Econômico, a acusação formal poderá ser realizada ainda nesta quarta-feira (19) no Supremo Tribunal Federal.
A fundamentação das acusações contra Cunha, que, por ser deputado federal, possui foro privilegiado, foi amparada nas provas produzidas a partir do depoimento do lobista da Mitsui e da Samsung Heavy Industries, Julio Camargo.
Em seus relatos na condição de delação premiada, Camargo afirmou à Justiça Federal do Paraná que, em 2011, sofreu pressão para destinar US$ 5 milhões a Eduardo Cunha, descontados do valor do suborno de aproximadamente US$ 40 milhões operado pelo lobista em contratos que totalizam US$ 1,2 bilhão. De acordo com a Operação Lava Jato, as negociações envolveram o aluguel dos navios Petrobras 10000 e Vitoria 10000 pela petrolífera brasileira.
De acordo com investigadores a cooperação entre procuradores da Lava Jato e o Ministério Público da Suíça foi imprescindível para a produção de provas contra o presidente da Câmara. Os documentos são extratos bancários que comprovariam os beneficiados pela propina enviada ao exterior através de operações de lavagem de dinheiro.
O contrato foi obtido com um oferecimento de propina de US$ 15 milhões à diretoria da área internacional da Petrobras, comandada por Nestor Cerveró à época. Ele foi condenado nesta segunda-feira (17) a 12 e três meses de prisão pelo juiz Sergio Moro. Já Julio Camargo foi condenado nesta terça-feira (18) a 16 anos de prisão, mas, em função do acordo de delação premiada, poderá cumprir cinco anos em regime aberto.
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