Professores, estudantes e funcionários da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) fizeram na noite de terça-feira (12) um ato contra o impeachment da presidenta da República Dilma Rousseff. Na ocasião, o cientista político e professor da universidade Francisco Fonseca avaliou o atual cenário afirmando que o que está em jogo não é apenas o impeachment, mas um projeto de setores econômicos e setores políticos que tentam acabar com o Estado do Direito Democrático e o estado social que, segundo ele, ainda não foram consolidados no Brasil.
“Nesse processo de consolidação, claramente não terminado, elites rentistas, setores econômicos cuja Fiesp [Federação das Indústrias do Estado de São Paulo] é a marca, altamente articulados, inclusive do ponto de vista internacional, querem uma retomada da velha relação de subordinação com os países centrais. Querem o desfazimento de um estado em que os pobres de alguma maneira avançaram, do ponto de vista político e do ponto de vista social”, disse.
Professor de ciência política da PUC-SP, Pedro Fasson afirmou que a população está percebendo quais são os reais interesses por trás “desses políticos corruptos” que, utilizando o argumento da corrupção, querem derrubar um governo eleito. “Esse grupo não esconde seus reais interesses, que são desmantelar a legislação trabalhista, entregar o que sobrou das riquezas nacionais e submeter a política econômica aos interesses imperialistas.”
A comunidade da PUC-SP foi uma das primeiras a fazer atos contrários ao impedimento da presidenta Dilma. Em meados de março, uma grande manifestação no teatro da PUC, o Tuca, que reuniu artistas, juristas, sindicalistas, intelectuais e políticos contra o impeachment marcou o início de uma série de atos similares que viriam a ocorrer em outras universidades paulistas, como a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Mackenzie e a Universidade Metodista.
*Com Agência Brasil
Deixe um comentário