O fotógrafo Mauricio Lima, o primeiro brasileiro a ganhar o Prêmio Pulitzer de Jornalismo, denunciou na noite desta quinta-feira (28) em Nova York o golpe em curso no Brasil e criticou a Rede Globo ao receber o Prêmio John Faber na categoria de melhor reportagem fotográfica internacional em jornais.
Em um discurso de três minutos, ele dedicou seu prêmio a cada refugiado que encontrou no ano passado, todos eles “pessoas oprimidas por guerras e injustiças sociais”. Em seguida, acrescentou: “Eu sou do Brasil. Eu acredito que todos aqui sabem o que está acontecendo no Brasil, e eu gostaria de expressar meu apoio à liberdade de imprensa e à democracia, que é exatamente o que não está acontecendo no Brasil neste momento. Então, eu sou contra o golpe”.
Enquanto discursava, Mauricio exibia uma placa com a frase “Golpe Nunca Mais”, na qual a letra “o” foi substituída pelo símbolo da Rede Globo.
Ele contrastou o alto nível dos profissionais presentes à cerimônia promovida pelo Overseas Press Club of America, na qual compareceram mais de 500 profissionais, com a atuação dos meios de comunicação do Brasil que incitaram os protestos de rua para derrubar uma presidenta legitimamente eleita.
Mauricio Lima e seus colegas Sergey Ponomarev, Tyler Hicks e Daniel Etter ganharam o Prêmio Pulitzer pela série Exodus, que abordou a questão dos refugiados na Europa. O mesmo trabalho rendeu ao grupo o prêmio concedido pelo Overseas Press Club of America, entregue nesta quinta em Nova York.
O fotógrafo brasileiro já ganhou também o World Press Photo e o Picture of The Year America Latina.
Retratado pela repórter especial Luiza Villaméa em 2012, Mauricio Lima voltará às páginas da Brasileiros na edição de maio, nas bancas a partir do dia 8. Desta vez, ele fala com exclusividade sobre sua carreira e sua maneira de pensar a fotografia e o jornalismo em entrevista a Simonetta Persichetti.
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