Agora que está tudo certo para a debandada do PMDB do governo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva traça sua estratégia para barrar o impeachment mesmo sem o principal aliado. Além de associar o golpe ao vice-presidente Michel Temer, Lula vai manter as negociações com o PMDB “no varejo” para conquistar os votos de peemedebistas simpáticos à legalidade.
Lula adiantou sua estratégia em entrevista coletiva a jornalistas estrangeiros na segunda-feira (28). Ele comparou o atual momento ao comportamento do PMDB em 2003, primeiro ano de seu primeiro mandato. “Vamos ter uma espécie de coalizão sem a concordância da direção. Não sei se é possível, mas acho que é”, afirmou.
Após a entrevista, ele embarcou para Brasília para iniciar as negociações com setores do PMDB, foi quando ouviu de Temer que, por aclamação, seu partido trabalharia pela deposição da presidenta nesta terça (29).
Em outra frente, o governo vai deixar os panos quentes de lado e dizer com todas as letras que Temer é o “comandante do golpe”. A ideia é associar Temer ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), réu na Operação lava Jato e à beira de ser cassado no Conselho de Ética da Casa.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a estratégia foi tomada na noite de ontem em reunião de Lula com Dilma e caciques do governo. O objetivo é desconstruir o discurso de Temer de que está se bandeando para o oposição para construir uma “unificação nacional”.
Líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE) provocou: “Por mais que o vice-presidente esteja no comando dessa operação do golpe, duvido que os senadores e deputados queiram abrir mão dos espaços que têm no governo”.
Na área econômica, o Planalto vai dizer que o projeto de Temer para a economia, “Uma Ponte para o Futuro”, significará o fim de programas sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida.
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