Ex-ministro da Transparência foi escolhido por Renan Calheiros, que deve indicar novo nome

Fabiano Silveira, ex-ministro da Transparência - Foto: EBC
Fabiano Silveira, ex-ministro da Transparência – Foto: EBC

Até a noite de segunda-feira (30) ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira, de 41 anos, tinha perfil técnico, mas era próximo dois dois principais alvos de gravações telefônicas no governo interino de Michel Temer: Romero Jucá (PMDB-RR), que também deixou o cargo por suspeita de prometer parar a Operação Lava Jato, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Em conversas gravadas, reveladas pelo programa Fantástico, da TV Globo, Silveira aparece criticando a Lava Jato e dando orientações para a defesa de investigados em esquema de desvios de recursos na Petrobras. As gravações foram feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado no fim de fevereiro, durante um encontro na casa de Renan.

Formado em direito pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Silveira era consultor legislativo de carreira do Senado desde 2002. Nesse período, se aproximou de Calheiros que, em 2013, o indicou para o CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Ele foi reconduzido ao cargo no ano passado para mais dois anos de mandato.

Quando Temer precisou escolher alguém para assumir o ministério da Transparência, criado por ele para substituir a CGU (Controladoria-Geral da União), Renan indicou e Jucá, que também o conhecia e ocupava o Ministério do Planejamento, deu o aval.

Substituto

O substituto provisório de Silveira é Marcio Tancredi, que ainda não foi nomeado oficialmente, mas já trabalha no ministério, informa o jornal Folha de S.Paulo. Até lá, quem deve assumir é Carlos Higino de Alencar, número dois na antiga CGU, mas que já pediu demissão embora ainda não tenha sido exonerado oficialmente.

Mesmo com a nomeação de Trancredi, Temer busca outro nome para ocupar o posto, de preferência com perfil técnico e mulher. O intuito é reduzir as críticas à ausência delas na Esplanada dos Ministérios.

Mais uma vez, Renan Calheiros será consultado e deve dar o aval para o novo escolhido, informa o jornal em apuração de bastidor. 

Renan

Após a ligação de Silveira a seu nome, Renan divulgou um nota oficial negando que tenha sido o responsável por indicá-lo a Temer. “Independentemente de sermos do mesmo partido e das convergências em nome do Brasil, tive oportunidade de externar ao Senhor Presidente da República que a indicação de nomes é incompatível com a independência entre os Poderes da República. Nos dois encontros que mantivemos defendi, como já o fiz publicamente, que minha contribuição se dará a partir de agendas e programas. Essa é a melhor maneira de colaborar para superarmos a grave crise atual”, diz a nota. 

 


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.