O ex-presidente do PSDB de Minas Gerais Narcio Rodrigues (PSDB-MG) foi preso nesta segunda (30) na Operação Aequalis, deflagrada pelo Ministério Público de Minas Gerais, informou o jornal Folha de S.Paulo. A operação investiga o desvio de recursos na construção do Centro Internacional de Educação, Capacitação e Pesquisa Aplicada em Águas (Hidroex) em Frutal, cidade natal e reduto eleitoral de Narcio Rodrigues.
Rodrigues foi secretário de Ciência e Tecnologia do governo Antonio Anastasia (2011-2014). Ele também foi deputado federal por cinco mandatos e ocupou a vice-presidência da Câmara no biênio 2007-2008. O ex-deputado, que teve prisão preventiva decretada, foi levado a uma das sedes do Ministério Público por volta das 8h e transferido às 13h20 para fazer exame de corpo delito. Rodrigues não quis falar com a imprensa. Segundo a Polícia Militar, ele ficará preso no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional.
Rodrigues era considerado o homem forte do governo Anastasia. A investigação teve início com uma auditoria da Controladoria-Geral do Estado de Minas Gerais. Em nota, o governo atual, comandado pelo petista Fernando Pimentel, diz que foram investigados convênios de transferências de recursos federais e outras parcerias todos firmados entre 2007 e 2014, nos governos de Aécio Neves e Anastasia.
“Os relatórios da auditoria foram encaminhados ao Ministério Público Estadual para as providências necessárias”, disse o comunicado. A Operação foi batizada de Aequalis, e significa “igualdade”, em latim.
Narcio Rodrigues é pai do deputado federal Caio Nárcio (PSDB-MG). Na sessão do dia 17 de abril, o tucano, enrolado em uma bandeira do Brasil, votou a favor do afastamento da presidenta Dilma Rousseff enaltecendo a honestidade do pai: “Por um Brasil aonde meu pai e meu avô diziam que decência e honestidade não eram possibilidade, eram obrigação”, disse Caio: “Verás que um filho teu não foge à luta”.
Além do ex-deputado, também foi preso o empresário Maurílio Bretas, dono da Construtora CWP (Construtora Waldemar Polizzi), que pertenceu a parentes de Anastasia até quatro meses antes de ele assumir o governo mineiro em 2010. Em abril o jornal Folha de S.Paulo revelou que a empresa era investigada por ser beneficiária de desvios de R$ 8,6 milhões do Hidroex e por ter deixado de pagar aos cofres públicos uma taxa de fiscalização da licitação no valor de cerca de R$ 400 mil.
No processo licitatório, a CWP despontou como vencedora por ser a única entre as cinco participantes que apresentou responsável técnico com capacitação suficiente para a obra. Apesar de já ter vendido a CWP, foi o próprio Waldemar Anastasia Polizzi, primo em primeiro grau do senador tucano, quem ocupou assinou a documentação como responsável pela obra. O senador Anastasia hoje é o relator do processo de impeachment de Dilma no Senado.
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