Fernando Henrique Cardoso irá defender opositores venezuelanos

   

Foto: iFHC
Foto: iFHC

    O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso irá participar de um grupo organizado pelo ex-líder espanhol Felipe González em defesa dos opositores venezuelanos Leopoldo López e Antonio Ledezma.
    Questionada pela ANSA, a Chefe de Gabinete da Fundação Fernando Henrique Cardoso (iFHC), Helena Maria Gasparian, explicou que o ex-mandatário ainda não sabe se seguirá para a Venezuela, mas que aplaude e apoia a iniciativa do colega espanhol.
    “Existe uma preocupação muito grande com a questão da garantias democráticas no país”, explicou.
    Em comunicado divulgado à imprensa, o próprio FHC disse apoiar “inteiramente o gesto”. “Já passou da hora para as vozes democráticas e especialmente os governos democráticos da América Latina protestarem contra os abusos praticados pelo governo da Venezuela. Os desrespeitos atingem os direitos humanos das vitimas e são uma afronta política a todos”, apontou.
    Ainda segundo o tucano, aqueles que amam as liberdade democráticas não podem se calar. “É hora de haver Justiça na Venezuela com a libertação de Lopez e de Ledezma, assim como das demais vítimas da intolerância antidemocrática”.
    Prefeito de Caracas, Ledezma foi detido em 19 de fevereiro após membros do governo venezuelano o acusarem de integrar um grupo conspiratório que tramava um golpe de Estado.
    Como opositor do regime chavista, ele é um dos homens mais próximos à ex-deputada Maria Corina Machado e a Leopoldo Lopez, preso há mais de um ano – sem ter passado por julgamento — por incitar protestos contra o governo. Para FHC, eles são lutadores pacíficos em prol do que acreditam ser o melhor para seu país, “com o agravante de um dos mencionados estar em função executiva, eleito pelo voto do povo e do outro ser líder nacional de seu partido”.

    Unasul – O secretário-geral da União de Nações Sul-americanas (Unasul), o colombiano Ernesto Samper, disse ter “o máximo respeito” pelo ex-presidente do governo espanhol, apesar do governo de Caracas falar em interferência política.
    “Tenho o máximo respeito pelo presidente González e sua capacidade política e espero que contribua para resolver a situação” da Venezuela, disse Samper.
    González, que ajudou presos políticos durante a ditadura de Augusto Pinochet no Chile (1973-1990), anunciou recentemente sua intenção de montar um grupo de defesa dos opositores venezuelanos.

    Caracas – O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, voltou a acusar seu homólogo norte-americano, Barack Obama, de conspirar contra a economia de seu país em meio a tensão diplomática entre Caracas e Washington.
    Em pronunciamento em rede nacional, Maduro ainda disse que, durante a próxima Cúpula das Américas, irá ter recolhido 10 milhões de assinaturas para que o governo do EUA acabe com sanções contra funcionários acusados de abuso aos direitos humanos e tire o país da lista de “ameaças” a sua segurança nacional. Segundo o governo norte-americano, Caracas representa um “risco extraordinário” para o país.
    Maduro classificou as medidas como parte de “uma interferência inaceitável e sem precedentes”, sendo o possível primeiro passo de uma intervenção militar na Venezuela.


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