“Foi cem mil vezes pior ser presa e torturada”, diz Dilma sobre momento do País

Dilma Rousseff - Foto: Lula Marques
Dilma Rousseff – Foto: Lula Marques

A presidenta Dilma Rousseff voltou a negar nesta terça-feira (7), em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, que esteja com medo de um possível processo de impeachment que a tiraria do cargo. Desde o fim de semana, membros do PSDB passaram a enviar recados públicos cogitando a possibilidade de queda da presidente. “Eu não vou cair. Isso é moleza, é luta política. As pessoas caem quando estão dispostas a cair. Não tem base para eu cair”, disse. “Comprometer o Estado democrático de direito, não. Foi muito difícil conquistar. Garantir direito de defesa das pessoas, sim”, completou.

Em outro momento, a presidenta chamou a oposição que quer derrubá-la de “golpista”. “Isso [impeachment] do ponto de vista de uma certa oposição um tanto quanto golpista. Eu não vou terminar por quê? Para tirar um presidente da República, tem que explicar por que vai tirar. Confundiram seus desejos com a realidade, ou tem base real? Não acredito que tenha uma base real”, vociferou.

Dilma também afirmou que não concorda em afirmar que o PMDB se tornou oposição no Congresso – mesmo após as derrotas do Executivo nas últimas decisões do parlamento, que tem como protagonista o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Eu acho que o PMDB é ótimo. As derrotas que tivemos podem ser revertidas. Aqui tudo vira crise”, disse. No final da entrevista, ela também reclamou da forma como a Operação Lava Jato está sendo conduzida pela Polícia Federal, principalmente nas prisões de figurões de empresas supostamente ligadas ao esquema da Petrobras. Dilma voltou a criticar a posição de “delator” concedida pelas investigações. “É uma coisa estranha. Porque, para mim, no mesmo dia em que eu recebo doação, em quase igual valor o candidato adversário recebe também. O meu é propina e o dele não? Não sei o que perguntam [aos delatores]. Eu conheço interrogatórios. Sei do que se trata. Eu acreditava no que estava fazendo e vi muita gente falar coisa que não queria nem devia. Não gosto de delatores”, explicou.

Nesta segunda-feira (6) à noite, Dilma se reuniu com ministros, presidentes e líderes de partidos da base aliada no Congresso Nacional para apresentar as justificativas que serão passadas ao Tribunal de Contas da União (TCU) sobre as contas do governo em 2014. Após o encontro, o presidente do PT, Rui, Falcão, informou que os presidentes dos partidos aliados vão se reunir com o vice-presidente Michel Temer ainda nesta terça (7) para apresentar solidariedade ao peemedebista e à presidenta. Ele afirmou não se tratar de uma resposta aos líderes oposicionistas, que têm falado em pedido de impeachment. O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), durante convenção do partido, no domingo (5), disse que o governo Dilma “pode ser mais breve do que alguns imaginam”.


Comentários

Uma resposta para ““Foi cem mil vezes pior ser presa e torturada”, diz Dilma sobre momento do País”

  1. Avatar de Laura Salazar
    Laura Salazar

    Claro,até porque não é ela que ta na mesma situação que médicos e professores

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