Depois de definir o esquema de segurança para a Esplanada dos Ministérios e a Praça dos Três Poderes, em Brasília, incluindo cercas metálicas para separar manifestantes contra e a favor do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, tudo com a presença de todo tipo de polícia, bombeiros e paramédicos, o governo do Distrito Federal percebeu que faltava algo no controle das multidões esperadas no centro da capital federal de amanhã, sexta-feira, a domingo, 17 de abril. Quem controlaria os mais exaltados? A resposta ou a busca de soluções para minimizar o clima de confronto acendeu todos os alertas no governo de Brasília.
Na Esplanada, de acordo com as autoridades, seriam suficientes três mil policiais militares e 500 bombeiros dispostos na larga faixa de gramado deixada livre entre as cercas que prometem separar os dois grupos de manifestantes. A organização prevê que, à esquerda de quem olha para o Congresso e a Praça dos Três Poderes, ficarão os contrários ao impeachment, enquanto os a favor devem ocupar o espaço à direita. Reforços da Força Nacional, por via das dúvidas, estão sendo pretendidos pelo governo local para garantir que as multidões fiquem comportadas. As cercas, chamadas de “Muro da Vergonha”, estava sendo considerada suficiente para garantir a ordem.
Mas surgiu um cenário novo e preocupante. Os manifestantes, de ambos os lados, devem ir para a Esplanada de transporte público e, portanto, juntos. Por isso, a Secretaria de Segurança Pública, colocou todos os 150 seguranças do metrô trabalhando em tempo integral de sexta até domingo. Já está decidido que PMs também circularão dentro dos vagões do metrô e dos ônibus, buscando impedir que ocorram atritos na ida e na volta da Esplanada. Nas estações, o policiamento será reforçado, na tentativa de direcionar as pessoas para o lado receptivo de cada grupo de manifestantes.
Ainda não está definido o número de policiais a serem usados nesse esquema, mas o governo de Brasília garante que não errará por falta de gente encarregada de manter a ordem durante os atos. Ficou decidido também que a dispersão, depois de terminada a votação no domingo, seguirá o padrão adotado em jogos de futebol. O lado “perdedor” deverá deixar a Esplanada primeiro.
Como parece que ainda falta “combinar com os russos”, como diria Mané Garrincha, não se sabe que método será usado para convencer os dois grupos a se comportarem de maneira, digamos, civilizada e, como gostam de dizer os políticos,“republicana”. Especialmente porque já se espera que a votação de domingo será apertada.
Deixe um comentário