A ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, afirmou nesta segunda-feira (17) que o governo federal deve anunciar, na semana que vem, de que forma vai apoiar o Estado de São Paulo em meio a crise hídrica. Em reunião em Brasília, com as presenças da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e dos secretários de Planejamento e Desenvolvimento Regional de São Paulo, Júlio Semeghini, e de Saneamento e Recursos Hídricos, Mauro Arce, foram apresentados projetos alternativos para diminuir o problema.
O sistema Cantareira teve nova queda neste final de semana, chegando a 10,3% de sua capacidade, já contando com o segundo estoque do volume morto. O Alto Tietê, segundo maior reservatório do Estado, está com 7% do nível.
“Ela [Dilma Rousseff] está disposta a ajudar o governo de São Paulo com a situação que a região metropolitana de São Paulo e de Campinas vivem hoje. Nós estamos discutindo onde é mais adequado para o governo federal entrar para apoiar as propostas que foram apresentadas”, disse.
Na segunda-feira passada (10), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), apresentou à presidenta Dilma Rousseff uma lista de ações que pretende promover nos próximos anos com o objetivo de melhorar a segurança hídrica do estado. As propostas iniciais de oito obras foram orçadas em R$ 3,5 bilhões, segundo o governador, e envolvem empreendimentos com prazo de execução que variam de nove meses a dois anos e meio.
De acordo com a ministra, a reunião serviu para que os representantes do governo paulista detalhassem mais os projetos apresentados ao governo federal com a entrega de estudos orçamentários e de impacto ambiental que serão analisados por técnicos do governo federal nos próximos dois dias. Na quinta-feira (20), eles vão se reunir com técnicos do governo de São Paulo, entre eles da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesp), para fechar os detalhes.
“A gente espera na quinta-feira ter essa análise mais detalhada para que na próxima semana o governo federal possa apresentar uma resposta à demanda feita pelo governo de estado, pelo governador Geraldo Alckmin”, disse Miriam.
Entre as obras apresentadas por Alckmin, está a interligação dos reservatórios Atibainha e Jaguari, a construção de dois reservatórios em Campinas e a construção de Estação de Produção de Água de Reúso (Epar) no sul de São Paulo e em Barueri. “[Vamos fazer] também o reaproveitamento de água, que hoje é desperdiçada, e que vários países já utilizam com o que tem de mais moderno no tratamento de água”, disse Júlio Semeghini.
Ainda segundo secretário, as obras terão prazo de 12 a 30 meses para conclusão. “O governo já decidiu e precisa implantar [as obras] a curto, médio e longo prazo. A estratégia, realmente, é o apoio da presidenta Dilma”, ressaltou.
Dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) divulgados nesta segunda-feira, mostram que após ter se mantido estável em 10,8% nos dias 13 e 14 deste mês, o nível da água do Cantareira, o maior dos sistemas que abastecem a região metropolitana de São Paulo, voltou a apresentar quedas sucessivas, chegando a 10,3% da capacidade.
Com agências de notícias
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