Um golpe de mestre ou um tiro no pé? É assim que se dividem as opiniões em Brasília sobre o vazamento do áudio em que o vice-presidente da República, Michel Temer, discursa como se já estivesse pronto para ocupar o posto da presidenta Dilma Rousseff no Palácio do Planalto.
A dúvida é se o áudio foi vazado propositalmente ou se tudo não passou de um erro crasso. O grupo no WhatsApp em que o áudio apareceu foi criado um dia antes pelo homem de confiança de Temer, o peemedebista Eliseu Padilha. “Apaguem. Era um exercício para um possível discurso”, escreveu um assessor do vice minutos depois, informa o jornal Folha de S.Paulo.
Para membros do governo, o vazamento foi planejado por Temer. Seria um modo de mandar um recado para o mercado financeiro. Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) ensaiou até uma comemoração. “Não nos envergonha o áudio do Michel. Ao contrário, nos orgulha. Já o áudio de Dilma e de Lula o governo tenta esconder.”
Não é o que acredita Raimundo Bonfim, da Frente Brasil Popular. Para ele, pegou mal o tom do áudio um dia depois de o Instituto Datafolha revelar que 58% dos eleitores desejam o impeachment do peemedebista: “O governo Temer morreu antes de começar”, cravou.
Na mensagem, o vice prometeu manter programas sociais, como o Bolsa Família, garantiu socorro a Estados e municípios endividados e afagou o mercado financeiro ao dizer que “o Estado depende da atuação dos setores produtivos do País”.
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