O deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) renunciou à presidência da Câmara dos Deputados na semana passada, mas seus aliados não querem devolver a cadeira. Com o apoio do governo interino de Michel Temer, o deputado favorito a ficar com a presidência da Casa é Rogério Rosso (PSD-DF), membro do chamado “centrão”, bloco partidário liderado por Cunha.
Embora o peemedebista afastado tenha sido um dos responsáveis pela agitação política dos últimos tempos e pelo afastamento da presidenta Dilma Rousseff, seus aliados, numerosos, recebem afago do governo, que precisa de seus votos para emplacar projetos de sua autoria na Câmara.
Rosso não é o único candidato do centrão – com 217 deputados – avalizado pelo Planalto. Heráclito Fortes (PSB-PI), Fernando Giacobo (PR-PR) e Beto Mansur (PRB-SP) correm por fora.
O constrangimento é tanto que DEM e PSDB, integrantes da base aliada de Temer, preferiram se unir – ainda que nos bastidores – para emplacar a candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ). Até o PT cogitou votar no carioca para livrar a Câmara do centrão e da sombra de Cunha, mas voltou atrás afirmando que não votará em candidato que tenha apoiado o golpe contra Dilma.
Os tucanos, no entanto, fecharam com Maia. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o presidente do partido, senador Aécio Neves (MG), e o líder da bancada, Antônio Imbassahy (BA), jantaram com o presidente interino para dizer que não poderiam se vincular a uma candidatura ligada a Eduardo Cunha.
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