A presidenta Dilma Rousseff afirmou, em entrevista ao jornal norte-americano Washington Post, nesta sexta-feira (26), que há “preconceito sexual ou viés de gênero” na maneira como descrevem seu modo de governar, caracterizado, segundo a reportagem, por “colocar o dedo em tudo”. “Alguma vez você já ouviu falar que um presidente do sexo masculino coloca o dedo em tudo? Eu nunca ouvi falar disso”, afirmou ela. “Acredito que há um pouco de preconceito sexual ou viés de gênero. Sou descrita como uma mulher dura e forte que coloca o nariz onde não é chamada, enquanto os homens que me cercam são considerados meigos”, completou. A entrevista pode ser acessada clicando aqui.
Dilma também afirmou que está preocupada com as taxas de aprovação de seu governo – pesquisa do instituto Datafolha no último final de semana mostrou que apenas 11% dos brasileiros aprovam o trabalho dela no Executivo. Para ela, no entanto, isso não é motivo para “arrancar os cabelos”. “Você tem de conviver com as críticas e com o preconceito. Não tenho nenhum problema em cometer erros. Quando cometemos erros, devemos mudar. Em qualquer atividade, incluindo o governo, você deve incessantemente fazer ajustes e mudanças. Se não fizer isso, a realidade não vai esperar por você. O que muda é a realidade”, explicou.
Em outro momento, ela revela que percebeu que a situação do País iria piorar no final do ano passado, quando notou uma queda na arredação do governo, e diz que os recentes acordos com o México e com outros países do Mercosul foram grandes conquistas para a região. Ela também comemorou o comércio com a China, principal parceiro econômico do Brasil.
Sobre a viagem oficial que fará aos Estados Unidos, na semana que vem, Dilma disse que pretende conversar com o presidente norte-americano, Barack Obama, sobre assuntos de ciência, tecnologia e inovação. “Os Estados Unidos são o maior investidor privado no Brasil. Nós compartilhamos a visão de que uma parceria estratégica pode levantar também uma grande parceria de agenda da mudança climática. Esperamos também a cooperação no domínio da educação, notadamente no ensino primário”, concluiu.
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