O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), pediu demissão do cargo após ter seu nome citado pelo ex-senador e ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Em uma delação premiada, Machado afirmou que Alves recebeu R$ 1,55 milhão em doações eleitorais oriundas de propinas pagas pelo esquema investigado na Operação Lava Jato entre 2008 e 2014.
A demissão do ex-presidente da Câmara dos Deputados foi confirmada pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República, que não informou os motivos do pedido. Alves é o terceiro ministro nomeado pelo presidente interino, Michel Temer (PMDB), a deixar o governo.
Ele é alvo de dois pedidos de abertura do inquérito formulados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Em um deles, a Procuradoria pede que ele seja investigado por suspeitas de envolvimento no esquema investigado pela Lava Jato. Em outro, o foco é a relação de Henrique Alves com o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro.
O primeiro ministro de Temer a deixar o governo foi o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que ocupava o Planejamento. O segundo foi o da Transparência, Fabiano Silveira. Nas gravações feita por Sérgio Machado, o primeiro acabou sendo flagrado afirmando que era preciso estancar a sangria causada pela Lava Jato, e o segundo dava conselhos sobre como se defender das investigações.
Filho do ex-governador Aluízio Alves, Henrique Alves foi eleito deputado federal em 1970, 1974 e 1978 pelo MDB. Deixou o partido para aderir ao PP de Tancredo Neves, mas a sigla acabou se fundindo com o PMDB. Alves foi reeleito deputado pelo PMDB em 1982, 1986, 1990, 1994, 1998, 2002, 2006 e 2010.
Concorreu duas vezes à Prefeitura de Natal, em 1988 e em 1992, mas fracassou. Também perdeu quando disputou o governo do Rio Grande do Norte, em 2014.
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