O economista Cláudio Consídera, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), considerou “fantástica” a indicação de Maria Silvia Bastos Marques para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), anunciada na última segunda-feira (16) pela assessoria do Palácio do Planalto. Mas há opiniões divergentes a respeito da competência dela para o cargo. Já a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) aprovou a escolha e divulgou nota oficial a respeito.
“É melhor que a encomenda”, comemorou Consídera. Para ele, Maria Silvia é uma executiva “tarimbada, vai ser ótimo para o BNDES. E tem a vantagem de ser mulher”. Maria Silvia presidiu a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a Empresa Olímpica Municipal do Rio de Janeiro, foi diretora do próprio BNDES e secretária de Finanças da prefeitura carioca, entre outros cargos que exerceu em sua vida profissional. “Tem um currículo longo. Foi uma grande escolha”, reforçou Consídera.
Já o vice-diretor da Faculdade de Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF), Renaut Michel, apesar de reconhecer que Maria Sílvia é uma “pessoa muito competente”, disse não saber se é adequada para presidir um banco de desenvolvimento. Considera que ela é habilitada para muitos cargos na área da economia, “como excelente economista”, mas, para a área de desenvolvimento, ele prefere esperar um pouco mais para dar uma opinião mais profunda.
O professor João Sicsú, do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi categórico: “É um desastre”. Referiu-se não só à indicação de Maria Sílvia como a todas as ações tomadas pelo governo interino de Michel Temer. “Tudo é um desastre. Não só o BNDES”.
A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) recebeu com elogios a escolha da substituta de Luciano Coutinho na presidência do BNDES. O Sistema Firjan divulgou a seguinte nota a respeito da mudança no banco estatal: ” A escolha de Maria Silvia Bastos Marques para a presidência do BNDES representa mais um grande acerto na formação da equipe do novo Governo. Além de uma importante trajetória no setor privado, nos anos 1990 ela foi assessora especial do Banco para assuntos de desestatização. E a venda de ativos públicos é uma iniciativa essencial dentro de uma nova política para a questão fiscal. Como alternativa ao aumento de impostos, permite a geração de receita de forma mais rápida e contribui para reduzir o desequilíbrio das contas públicas”.
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