Itália autoriza extradição de Henrique Pizzolato ao Brasil

O governo italiano autorizou na manhã desta sexta-feira (24) a extradição do ex-diretor do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, ao Brasil. A informação foi divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo, mas ainda não foi confirmada em Roma. A publicação afirma que a informação é de fontes da Interpol na Europa. O governo brasileiro tem um prazo de 20 dias para preparar o retorno dele, que estava preso em uma cadeia de Módena, no interior do país europeu.

A decisão do governo finaliza uma longa batalha judicial entre Brasil e Itália iniciada há quase dois anos, quando o ex-diretor do BB foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão no processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal. À época, Pizzolato fugiu para a Itália com um passaporte falso, afirmando que “a justiça italiana não faria um processo político contra ele, ao contrário da brasileira”. Em fevereiro, a Corte Suprema da Itália reverteu uma decisão do tribunal de Bolonha, permitindo que Henrique Pizzolato voltasse ao Brasil. A decisão não cabe recurso, mas o Ministério da Justiça do país pode negar a extradição, algo que ainda não fez.

Em setembro do ano passado, quando ele foi preso em Maranello, a Justiça da Itália usou como principal argumento para negar a extradição o fato de que as prisões brasileiras não estão aptas para receber um prisioneiro como ele. Os advogados contratados pelo Brasil defenderam-se dizendo que “o governo italiano não poderia generalizar as condições das prisões do País”.

Henrique Pizzolato, de 62 anos, é o único foragido do processo do mensalão, julgado há dois anos no STF e que levou dezenas de pessoas, entre eles políticos, para a prisão. Ele foi condenado por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro, em uma acusação iniciada em 2005. À época, ele teria autorizado uma transferência de R$ 73 milhões do Fundo Visanet (administrado pelo Banco do Brasil) para as agências de Marcos Valério. O caso levou Pizzolato a antecipar sua aposentadoria e deixar o cargo do governo. Ele nega qualquer crime alegando que duas auditorias do Banco do Brasil não apontaram para os desvios de recursos.
 


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