Às lágrimas, Cunha renuncia à presidência da Câmara: “Sofro perseguições”

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Cunha renuncia à presidência da Câmara – Foto: Reprodução/G1

Com a voz embargada, agradecendo a Deus, à família e a seus apoiadores, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) renunciou ao cargo de presidente da Câmara dos Deputados na tarde desta quinta-feira (7). Com a renúncia de Cunha, a Câmara tem até 5 sessões para fazer nova eleição.

Aliados de Cunha e seus advogados avaliaram que essa seria a melhor estratégia depois de o pastor Ronaldo Fonseca (Pros-DF) ter acatado um dos 16 pedidos de Cunha e recomendar, em parecer, uma nova votação no Conselho de Ética, que aprovou sua cassação como parlamentar. A renúncia seria uma maneira de tentar salvar o mandato. O processo de cassação de Cunha dura mais de 10 meses.  

Em seu pronunciamento, Cunha disse que o gesto  da renúncia servirá para dar estabilidade à Casa: “ É publico e notório que a Casa está acéfala, fruto de uma interinidade bizarra. Somente a minha renúncia poderá colocar fim à instabilidade sem prazo”.

Cunha disse que é alvo de perseguições desde que aceitou o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. “Estou pagando um alto preço por ter dado início ao impeachment. Não tenho dúvida que a principal causa do meu afastamento reside na condução desse processo de impeachment. Tanto é que o pedido de afastamento foi protocolado pelo procurador-geral da República logo após minha decisão de abertura do processo, mas só foi apreciado em 5 de maio, numa decisão sem qualquer previsão constitucional”. Chorando, falou que a mulher e a filha mais velha também “foram atacadas de forma cruel e covarde”.

O deputado afastado defendeu a sua gestão à frente da Câmara: “Meu mandato foi exercido com protagonismo e independência, colocando todas as pautas do governo, mas também as demandas da sociedade e seus representados, que são os deputados”. Como marcos de sua gestão, falou do processo de impeachment de Dilma, assim como as votações dos projetos de reforma política, redução da maioridade penal, terceirização e correção do FGTS.

Investigado na Operação Lava Jato, Cunha é réu em duas ações no STF e alvo de uma terceira denúncia ainda a ser analisada. Ele também responde a um processo disciplinar no Conselho de Ética da Câmara, que aprovou um parecer pela cassação do mandato.


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