Líder do governo anuncia acordo para votar nesta quarta MP da pensão por morte

Foto: Marcelo Camargo/Fotos Públicas (30 de março de 2015)
Foto: Marcelo Camargo/Fotos Públicas (30 de março de 2015)

O ajuste fiscal proposto pelo governo deverá ser votado até a próxima quarta-feira (20). Segundo o líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), houve um acordo para votação da medida que altera as regras para concessão de pensão por morte e auxílio-doença (MP664/14) nesta quarta e quinta-feira (13 e 14) e a que eleva as alíquotas da contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação (MP668/15) na próxima semana.

De acordo com Guimarães, o procedimento de votação será o mesmo adotado na última quinta-feira (7) para os destaques à medida provisória que altera as regras do seguro-desemprego: votações nominais sem obstrução. “Foi um grande acordo e, até amanhã à noite, não tem obstrução. Todo mundo mostrando a cara”, disse, em relação à votação nominal.

O líder do governo se mostrou confiante com as votações. “Quem ganhou na primeira, pode ganhar na segunda e na terceira. Não há clima [para rejeitar o ajuste], todos estão preocupados com o País”, afirmou Guimarães.

O texto reduz de 24 para 18 meses o prazo mínimo de contribuição para que o cônjuge ou companheiro tenha direito à pensão por morte. A medida também exige um tempo mínimo de dois anos de casamento ou união estável. Mas o relatório prevê que, no caso de o segurado morrer antes de completar 18 meses de contribuição, ou se a união tiver menos de dois anos, o parceiro terá direito a quatro meses de pensão.

Em relação ao auxílio-doença, o relatório mantém a obrigação de a empresa pagar ao seu empregado o salário durante os primeiros 30 dias de afastamento, o dobro do que previa a legislação anterior à MP.

Na terça-feira foi votada a Medida Provisória 663/14, que tranca a pauta do Plenário e aumenta em R$ 50 bilhões o limite de recursos relativo à subvenção econômica repassada pela União ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Além dela, o acordo prevê a votação de duas propostas de emenda à Constituição (PECs) que têm consenso. A primeira é a PEC 10/11, que obriga o presidente da República, os governadores e prefeitos a elaborar e cumprir um plano de metas com base nas promessas de campanha. Já a segunda é a PEC dos Recursos (209/12). A proposta obriga o advogado a demonstrar relevância jurídica nos recursos especiais levados ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) que contestem decisões de outros tribunais inferiores.

Pensão por morte
Para a quarta-feira (13), ficou acertada a votação do texto principal da medida provisória da pensão por morte e de alguns destaques ao texto. Os destaques finais ficarão para a quinta-feira (14).

Além da MP 664, o Plenário pode votar na quarta-feira dois acordos assinados pelo bloco dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em Fortaleza, no ano passado. O primeiro (PDC63/15) cria um banco de desenvolvimento com atuação internacional, o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD). Já o segundo (PDC 62/15) permite que um dos países seja socorrido pelos demais em caso de crise de liquidez (incapacidade para honrar compromissos internacionais).

Alíquotas de importação
Para a próxima semana, ficaram os últimos pontos do ajuste fiscal proposto pelo governo federal: a medida que eleva as alíquotas de tributos de importação e o Projeto de Lei 863/15, do Executivo, que reduz o benefício fiscal de desoneração da folha de pagamentos concedido a 56 segmentos econômicos. A proposta tramita em urgência constitucional e substitui a Medida Provisória 669/15, que foi devolvida pelo presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros, no dia 3 de março.

Para viabilizar a votação da proposta, Guimarães confirmou que o governo tirará a urgência de dois projetos do pacote anticorrupção anunciado pela presidente Dilma Rousseff (PLs 5586/05e PL 2902/11). Mesmo assim, ele ressaltou que tanto o ajuste fiscal quanto o pacote anticorrupção são prioridade para o governo.

Reforma política
De acordo com o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), o acordo foi feito para viabilizar a votação da proposta de reforma política na última semana de maio. “Só há acordo de presença no Plenário. Estamos de acordo porque a sociedade pede reformas.”

O relator da Comissão Especial da Reforma Política, deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), apresentou na terça seu substitutivo às PECs da reforma política (182/07, 344/13, 352/13 e outras) com previsão de distritão (sistema majoritário em que a circunscrição é a própria unidade de federação) para o sistema eleitoral e um sistema de financiamento misto para as campanhas eleitorais.


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