Líder do governo na Câmara é aliado de Cunha e suspeito de tentativa de homicídio

André Moura é o novo líder do governo na Câmara - Foto: EBC
André Moura é o novo líder do governo na Câmara – Foto: EBC

O governo do interino Michel Temer confirmou na liderança do governo da Câmara o “ficha suja” André Moura (PSC-SE), aliado de primeira hora do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha. As suspeitas sobre André são muitas. Segundo o Congresso em Foco, ele é suspeito até de tentativa de homicídio. Moura também é acusado de tentar empregar funcionários fantasmas e comprar alimentos e bebidas ilegalmente com dinheiro público. 

O inquérito por tentativa de homicídio de um vigia está há dois anos no Supremo Tribunal Federal (STF), mas ainda não houve apresentação de denúncia para a abertura de ação penal. Dias antes da votação do impeachment na Câmara, o ministro Gilmar Mendes, que relata o inquérito, prorrogou por mais 60 dias o prazo para a conclusão das investigações.

O deputado também precisou recorrer à Justiça para concorrer nas últimas eleições porque tinha sido barrado pela Lei da Ficha Limpa.  Em 2014, André Moura teve a candidatura indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral do Sergipe por ter as contas rejeitadas quando foi prefeito de Pirambu.  Ela só foi validada dois meses depois, quando o indeferimento de sua candidatura foi anulado por uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A indicação

Nada menos do que 350 dos 513 deputados federais pressionaram o presidente interino a indicar para a liderança do governo na Câmara um dos principais aliados de Cunha. Na manhã de terça-feira (17), os partidos do chamado centrão se reuniram e decidiram pedir juntos a indicação de Moura, que chegou a ser chamado de “lambe botas”.

Apoiam a indicação do parlamentar o PMDB, PP, PR, PTB, PSD e PRB, além de legendas menores. DEM, PSDB e PPS preferiam Rodrigo Maia (DEM-RJ), outro nome ligado a Cunha.

Outros parlamentares corriam por fora: Jovair Arantes (PTB-GO), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Rogério Rosso (PSD-DF), todos simpáticos ao deputado afastado.

O ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) admitiu a pressão. “Estamos no governo faz dois dias e a sensação que eu tenho, quando leio os jornais, é que o governo já tem quatro anos.”


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