São muitas as razões para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aceite o convite da presidenta Dilma Rousseff de assumir um ministério. Ele pode receber foro privilegiado, dificultando a ação do juiz da Lava Jato, Sérgio Moro, e ainda reconduzir o governo para a esquerda. Mas, no momento, a principal missão esperada de Lula é que ele faça a articulação política do Planalto com o Congresso e convença o PMDB a não se bandear para a oposição.
Principal aliado do governo, o PMDB está dividido entre manter-se fiel à Dilma ou se associar ao PSDB, com quem já mantém contato. Para petistas, a saída da maior bancada do Congresso pode significar um inevitável impeachment da presidenta, o que de quebra renderia a presidência a Michel Temer, presidente do PMDB reeleito no último sábado (12).
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, os peemedebistas mais propensos a abandonar o barco defendem o rompimento imediato por temer que a chegada do ex-presidente possa de fato reaglutinar o apoio tanto do PMDB quanto de outros partidos infiéis, como o PSD, do ministro Gilberto Kassab (Cidades).
Presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-LA) seria um dos principais defensores de Lula no governo e teria garantido a ele o apoio de sua legenda na Casa caso ele diga sim ao convite.
O PMDB unido na Casa pode ser crucial para Dilma, já que o Supremo Tribunal Federal decidiu recentemente que caberá ao Senado a palavra final sobre o impeachment.
Se o ex-presidente aceitar a missão, ele deve ocupar a cadeira de Ricardo Berzoini na Secretaria de Governo, responsável justamente por articular a atuação do governo com os congressistas.
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