O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, afirmou nesta quarta-feira (14) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era o “grande general”, o “comandante máximo” do esquema de corrupção identificado na Petrobras.
Em entrevista à imprensa, Dellagnol afirmou que “14 conjuntos de evidências” se juntam e apontam para Lula. Segundo o procurador da República, o ex-presidente tinha poderes para determinar o funcionamento do “esquema criminoso” e poderia ter determinado sua interrupção.
“Essas provas demonstram que Lula era o grande general que comandou a realização e a continuidade da prática dos crimes”, disse o procurador. Ao mesmo tempo, Dellagnol ressaltou que o Ministério Público Federal não estava julgando quem foi ou é Lula como pessoa nem seu governo.
“Não estamos julgando quanto o seu governo foi ou não foi bom, o quanto ele fez ou não fez pelo povo brasileiro. O que o Ministério Público faz aqui é imputar a ele a responsabilidade por crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro, em um contexto específico, afirmando qual é a medida de sua responsabilidade com base em evidências”, ressalvou Dellagnol.
Em diversos momentos da entrevista coletiva o procurador usou o termo “propinocracia” para classificar “o governo regido pela propina”, referindo-se ao governo Lula (2002-2010). Além de Lula, foram denunciados pelo Ministério Público Federal a ex-primeira dama Marisa Letícia, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, o empresário Léo Pinheiro, da OAS, e outras quatro pessoas vinculadas à empreiteira.
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