A suspeita inicial de que a máfia da merenda nas escolas estaduais de São Paulo chegava a 22 cidades estava subestimada. Uma planilha encontrada no computador da Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar), a principal suspeita, revela que a quadrilha atua em 152 municípios, no esquema revelado pela Operação Alba Branca, da Polícia Civil, na semana passada.
Além da Coaf, outras duas cooperativas participariam da corrupção: Cocer (Cooperativa de Citricultores de Engenheiro Coelho) e Coagrosol (Cooperativa dos Agropecuaristas Solidários de Itápolis), diz a planilha.
Quem confirma as suspeitas é o ex-presidente da Coaf, Cássio Izique Chebabi, em delação premiada. De acordo com a planilha, essas cooperativas firmaram contratos de R$ 209,8 milhões com as 152 cidades, 48% do total gasto com merendas em todo o Estado, composto por 645 municípios, o que indica que a diferença de valores pode ser fruto de propina e superfaturamento.
O propinoduto envolve gente do primeiro escalão do governo Geraldo Alckmin (PSDB), como o deputado estadual e hoje presidente da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) Fernando Capez, e o ex-secretário da Educação, Herman Voorwald. Também são citados nas delações o ex-chefe de gabinete da Casa Civil de Alckmin, Luiz Roberto dos Santos, o secretário tucano Duarte Nogueira (Logística e Transportes), os deputados federais Baleia Rossi (PMDB) e Nelson Marquezelli (PTB), além do deputado estadual Luiz Carlos Gondim (SD). Todos negam as acusações.
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