Ninguém aguenta mais tanta manobra dos aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para livrá-lo da cassação. Mesmo assim, o processo contra ele no Conselho de Ética sofreu novo revés na sessão de quarta-feira 92).
Aliados do peemedebista conseguiram retirar do texto a acusação de que Cunha recebeu propina no esquema da Petrobras, a principal razão que coloca em risco seu mandato. Só sobrou a acusação de que ele mentiu aos colegas parlamentares na CPI da Petrobras, quando negou o recebimento de propinas e o seu envio para bancos suíços.
Segundo o relator do caso, deputado Marcos Rogério (PDT-RO), ele sofreu pressão por parte dos colegas de Cunha. “Se não houvesse a retirada, o relatório seria rejeitado. Não foi o que gostaríamos, mas foi o possível”, afirmou Rogério na ocasião.
O pedido para retirar essa acusação foi feita pelo deputado Paulo Azi (DEM-BA). Com a alteração, aliados de Cunha vão defender que a mentira na CPI é razão insuficiente para que o peemedebista perca o mandado.
Morosidade
A quantidade de manobras feitas pelo presidente da Câmara foram tantas que nunca um processo de cassação foi protelado nesses níveis no Conselho de Ética desde que a exigência de uma avaliação preliminar virou regra, em 2011.
Nesse período, os parlamentares analisaram 20 casos e nenhum esperou tanto para chegar a uma conclusão. Instaurado em 3 de novembro do ano passado, o processo contra Cunha contou com sua tropa de choque, que, para atrasar a tramitação do texto, passaram a esvaziar as sessões, destituíram o primeiro relator, Fausto Pinato (PRB-SP), e anularam os votos que admitiram a continuidade da ação.
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