O ministro da Educação e Cultura, Mendonça Filho, foi vaiado nessa sexta-feira (13) em encontro com servidores da Cultura. Em um auditório lotado, servidores criticaram a fusão da pasta com a Educação. “Me explica, por favor, como acaba um ministério sem falar com servidor”, gritavam em coro.
Mendonça Filho tentou acalmar os funcionários, garantindo a continuidade das políticas desenvolvidas pela pasta, mas, após cerca de 30 minutos de discurso, depois de ser interrompido várias vezes, parou de falar e disse que iria concluir.
O ministro informou aos servidores que todas as entidades vinculadas à pasta serão mantidas. Ele citou uma a uma. entre elas o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e Agência Nacional do Cinema (Ancine). Mendonça Filho disse ainda que assegurará, por meio da secretária de Cultura, que será criada no ministério a continuidade das políticas conduzidas pela pasta, como as estabelecidas na Lei Rouanet (Lei 8.313/1991).
“Cultura sim, golpe, não”, insistiam os servidores. Houve um grupo que gostou das propostas e chegou a aplaudir, mas logo foi sileciado pelas vaias.
O ministro reuniu-se mais cedo com os servidores do Ministério da Educação. A conversa durou cerca de uma hora e foi mais tranquila que na Cultura. Ele estava acompanhado de familiares e de Maria Helena Guimarães de Castro, escolhida como secretária executiva. Maria Helena foi secretária de Educação do estado de São Paulo e presidenta do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Filho falou de valorização dos funcionários da pasta e disse que a gestão terá “padrão Maria Helena”.
Respeitada pelos funcionários do MEC, a menção a ela foi acompanhada de aplausos. No fim do discurso, houve uma manifestação isolada: “golpista”. No MEC, Filho foi recebido pelo atual secretário executivo, Luiz Cláudio Costa. Na última reunião com funcionários, o ex-ministro Aloizio Mercadante disse que a gestão estaria à disposição para orientá-lo em relação ao que está sendo desenvolvido, de modo que os projetos não sejam interrompidos e prejudique os estudantes.
História do MEC
O MEC surgiuem 1930, no governo de Getúlio Vargas, quando foi criado o Ministério dos Negócios da Educação e Saúde Pública. Na época, a pasta era vinculada à Saúde. Em 1953, no segundo período de Vargas, a Saúde ganhou autonomia e surgiu o Ministério da Educação e Cultura, retomado agora pelo presidente interino Michel Temer.
Em 1985, com José sarney, foi criado o Ministério da Cultura. Em 1992, lei federal transformou o MEC no Ministério da Educação e do Desporto. Somente em 1995, a instituição passou a ser responsável apenas pela área da educação.
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