A máfia da merenda, como já é chamado o esquema de corrupção no governo estadual de São Paulo, tinha tentáculos em diversas secretarias estaduais, 22 municípios e agora chegou ao ex-secretário de Educação Herman Voorwald, que teria recebido propina de R$ 100 mil. Outro também comprometido é o atual presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Fernando Capez (PSDB), acusado de chantagear uma cooperativa para garantir a execução de um contrato que já havia sido assinado.
Além de Capez e Voorwald, são citados nas delações o ex-chefe de gabinete da Casa Civil do governo Geraldo Alckmin (PSDB), Luiz Roberto dos Santos, o secretário tucano Duarte Nogueira (Logística e Transportes), os deputados federais Baleia Rossi (PMDB) e Nelson Marquezelli (PTB), além do deputado estadual Luiz Carlos Gondim (SD). Todos negam as acusações.
As informações constam na delação premiada do ex-presidente do Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar), Cássio Chebabi. Depois de assinar um contrato de R$ 8 milhões para fornecer suco de laranja para a merenda da rede estadual, a cooperativa teria tido o contrato cancelado pelo governo estadual sem a alegação dos motivos.
Quem teria sido encarregado de rever a decisão do governo era Capez, na época deputado estadual, acusado de pedir um “acordo” e “um percentual” para destravar o negócio, informa reportagem do jornal Folha de S.Paulo.
Outro que entrou na lista de suspeitos é o ex-secretário de Educação, Herman Voorwald. Ele teria embolsado R$ 100 mil da antiga empresa fornecedora, Citricardilli, que em troca teria pedido seu comprometimento em não assinar contrato com o Coaf. Voorwald não foi localizado para responder a suspeita e Capez negou envolvimento no esquema.
O Ministério Público acredita que o esquema se ramifique por diversos órgãos do governo do Estado, além das secretarias de Educação, Agricultura e 22 cidades.
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