Metroviários não descartam greve durante a Copa

Passeata dos metroviários de São Paulo no início de junho. Foto: Oswaldo Corneti/ Fotos Públicas
Passeata dos metroviários de São Paulo no início de junho. Foto: Oswaldo Corneti/ Fotos Públicas

Esquecida pela grande imprensa desde que Neymar e Fred deram os primeiros toques na bola desta Copa do Mundo do Brasil, a greve dos metroviários de São Paulo ainda é tema presente nas reuniões da categoria, segundo atestou Altino dos Prazeres, presidente do sindicato, em entrevista à Brasileiros nesta quarta-feira (18). No dia 25 de junho, eles farão outra assembléia para decidir as novas ações que serão tomadas, principalmente depois da demissão de 42 funcionários. “Nunca dá para descartar uma nova paralisação. Não estamos nos pautando pela Copa do Mundo, pela imprensa, por nada. Estamos nos pautando pela nossa situação”, disse Altino.

Antes da assembleia, estão programados alguns atos isolados em parceria com outros movimentos sociais. Nesta quinta-feira (19), o sindicato vai participar de um protesto com o Movimento Passe Livre (MPL) para comemorar a data da manutenção da tarifa dos ônibus, metrô e trens de São Paulo no ano passado. No início da semana que vem haverá outro, ainda sem data definida, para pedir o desbloqueio das contas bancárias da entidade e, em julho, em datas próximas as da final do Mundial de futebol, será organizado o que está sendo chamado de “Grande Ato”, ainda sem local definido, mas com a presença de artistas, cantores, intelectuais e uma estimativa de 25 mil pessoas para pedir a readmissão dos metroviários demitidos.

A principal reivindicação da categoria agora é a readmissão dos metroviários demitidos durante a greve. A Cia. do Metropolitano havia aceitado reconsiderar duas dispensas, mas, segundo Altino dos Prazeres, o governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), não permitiu que os funcionários fossem recontratados.

Apesar dos planos, o sindicato vive dias ruins. O Tribunal Regional do Trabalho – o mesmo que mediou a situação durante a greve – bloqueou R$ 3 milhões de reais das contas da instituição para garantir o pagamento da multa, estipulada em R$ 100 mil por dia e mais R$ 500 mil pelo quinto dia de paralisação. “O tribunal está sendo político com esta decisão. Eles também querem dar uma resposta ao governo do Estado por toda a situação, apenas. Eu sinceramente achei muito estranho, mas nossos advogados já estão recorrendo da decisão, principalmente porque ela não é legal do ponto de vista jurídico”, contou Prazeres.

O presidente do sindicato, no entanto, acredita que é difícil a cidade de São Paulo reviver uma greve do metrô nos próximos dias. “Tudo depende do que a categoria vai querer e decidir no dia 25, mas não estamos pensando nisso. Eu, particularmente, fiquei preocupado, porque a categoria ficou triste, sentiu o baque, sabe? Mas o clima está bom e por isso eu acho difícil”, revelou.

Além dos metroviários, o sindicato espera encontrar apoio em intelectuais, como o juiz trabalhista Jorge Luiz Sottomaior, que participou das assembleias no período da paralisação. Professores da Universidade de São Paulo (USP), membros da justiça e até celebridades da música devem apoiar os próximos atos da entidade. Desde o final da greve, no dia 10 de junho, os metroviários não voltaram a se reunir.


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