Embora alardeado como o julgamento que moraliza a política tupiniquim, o julgamento originado pela Operação Lava Jato guarda em si uma série de irregularidades, como a “obrigação de confissão” e a adulação que o juiz do caso, Sérgio Moro, recebe por parte da imprensa. A opinião é do professor da PUC-SP e constitucionalista Pedro Serrano, também advogado da construtora Odebrech no caso.
De acordo com o jurista, a Lava Jato é especialmente prejudicial ao utilizar as prisões preventivas para garantir a delação premiada. “A delação é, antes de tudo, uma confissão. Se o preso é obrigado a confessar, acaba o direito de defesa”, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo.
Outro problema seria a forma como o juiz Moro é tratado pela mídia conservadora. “A mídia adula o juiz […] que atua de acordo com visão punitiva que a imprensa tem hoje. E execra o juiz que decide contra essa visão”, afirmou.
Serrano disse não notar “a mídia cobrando o Ministério da Justiça o resultado da sindicância da gravação na cela do [delator Alberto] Yousseff”. O ocorrido pode levar à anulação da investigação.
Para Serrano, Moro trata bem os suspeitos, mas, à medida que o processo avança, “mais ele se comporta de forma acusatória e menos judicante”. Para ele, o juiz não tem a função de acusar ninguém. “Existe para garantir direitos”, disse. “É muito ruim ter um juiz parcial.”
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