Um dos principais conselheiros e homens de confiança da presidenta Dilma Rousseff, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, acredita que o pior da crise política e econômica no Brasil já passou e que o ímpeto pelo impeachment será menor em 2016.
De acordo com o ministro, a votação do Supremo Tribunal Federal (STF) definindo os ritos para o processo de afastamento da presidenta foram uma vitória para o governo, que agora tem arcabouço jurídico para se recuperar politicamente. Na ocasião, o STF decidiu que o Senado Federal, onde o governo ainda é maioria, pode barrar o pedido de impeachment aberto pela Câmara dos Deputados.
Para Cardozo, o STF ajudou, mas o desmonte da imagem do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi fundamental. Principal articulador do afastamento da presidenta, o carioca pode terminar cassado por mentir aos colegas parlamentares quando negou manter contas secretas na Suíça com dinheiro supostamente desviado da Petrobras.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Cardoso afirmou que “o ciclo da situação política determinando a crise econômica está claramente se interrompendo”. “Fica cada vez mais claro que o impeachment não é a solução.”
O ministro defende que até a oposição vem mudando de opinião diante da forma como o processo foi acatado por Cunha: “É um impeachment sem fato, motivado por retaliação”, disse ele ao se referir ao abandono do PT ao socorro do peemedebista no processo que pode cassa-lo no Conselho de Ética. “Quem defender o quanto pior melhor se colocará muito mal diante dos olhos da sociedade.”
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