O general Manuel Contreras – chefe da temida polícia secreta chilena, durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) – morreu na sexta-feira (7) a noite, sem ter jamais reconhecido sua participação na repressão. Desde o último dia 28 de julho, ele estava internado em um hospital militar, porque sofria de câncer do cólon e não reagia aos tratamentos.
Ele foi condenado a 526 anos de cadeia, pelos crimes na tortura, assassinato e desaparecimento de pessoas. Logo depois do golpe militar de 1973, que derrubou o governo do presidente Salvador Allende e inaugurou 17 anos de ditadura, Contreras assumiu o comando da Direção de Inteligência Nacional do Chile (Dina).
Segundo os organismos de Direitos Humanos, a polícia secreta foi responsável pela execução de 1.500 opositores. Mas o general atuava além das fronteiras chilenas. Ele é considerado o arquiteto da Operação Condor – um plano de cooperação com as ditaduras dos países vizinhos (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai), para perseguir e eliminar opositores.
A Dina começou a ser questionada em 1976, depois que o ex-chanceler chileno Orlando Letelier e sua assistente norte-americana Ronni Moffit, morreram em um atentado em Washington, executado por agentes da repressão.
Por pressão dos Estados Unidos, Contreras se afastou da Dina dois anos depois, mas só foi julgado pelo assassinato de Letelier em 1993 – três anos depois da saída de Pinochet. O general – que conquistou fama internacional como um dos maiores repressores da ditadura chilena – será enterrado sem honras militares.
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