“Mudar governo não porá fim à corrupção no Brasil”, diz procurador da Lava Jato

Procurador da República, Deltan Dallagnol, fala na Comissão Especial da Câmara que prevê medidas anti corrupção - Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
Procurador da República, Deltan Dallagnol, fala na Comissão Especial da Câmara que prevê medidas anticorrupção – Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

Embora muita gente defenda a queda definitiva da presidenta afastada Dilma Rousseff como solução contra a corrupção no Brasil, o procurador da República e coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, pensa diferente. Em audiência pública na Câmara dos Deputados na terça-feira (9), ele afirmou que apenas três em cada 100 corruptos são punidos no Brasil, o que significa que mudar o governo não é suficiente para transformar essa cultura.

Em sessão de debates da Comissão Especial de Combate à Corrupção, Dallagnol mencionou um estudo da Fundação Getulio Vargas segundo o qual apenas 3% dos corruptos brasileiros sofrem algum tipo de punição: “Vivemos um paraíso da impunidade no Brasil”, cravou.

Isso acontece, explicou, porque esse tipo de crime tem baixo risco e alta possibilidade de benefício. “A pena dificilmente passará de quatro anos e provavelmente será prestação de serviços à comunidade e doação de cestas básicas”, afirmou. Após o cumprimento de um quarto da pena, ela ainda pode ser perdoada.

Dallagnol garante que a corrupção não tem cor partidária e que não adianta trocar o governo: “Se queremos mudar, tem que mudar o sistema”.

Em março, o Ministério Público Federal entregou à Câmara um abaixo-assinado com mais de 2 milhões de assinaturas em apoio a dez medidas do órgão para combater a corrupção.


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