“O lulismo entrou em colapso”, diz André Singer

Walter Andrade, Paulo Sérgio Pinheiro, André Singer e Joaquim Falcão. Foto: José Benigno Jr.
Walter Andrade, Paulo Sérgio Pinheiro, André Singer e Joaquim Falcão. Foto: José Benigno Jr.

Em defesa dos direitos garantidos pela Constituição de 1988 e contra os retrocessos políticos e sociais que atingem o País, acadêmicos da Universidade de São Paulo montaram um coletivo apartidário, organizado pela Faculdade de Filosofia.

O grupo, que reúne nomes como Paulo Sérgio Pinheiro, diplomata e ex-ministro de Direitos Humanos de Fernando Henrique Cardoso, Marilena Chauí, filósofa, André Singer, cientista político, Fabio Konder Comparato, jurista, e Maria Victoria Benevides, educadora, organizará debates mensais na FFLHC (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP) para discutir temas como o Estatuto do Desarmamento, Estatuto da Família, Lei Antiterrorismo, Lei da Terceirização, dentre outros projetos regressivos que estariam atacando a Constituição. O secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, Eduardo Suplicy, também esteve presente no encontro.

Para Singer, “está em vigor a ideia de que a Constituição não cabe no Orçamento”. Segundo ele, o texto está sofrendo um desmonte não só pelo Congresso, mas também pelo governo Dilma. “O lulismo é resultado direto do grande processo de luta dos anos 80 que culminou na Constituição de 88. Com todas as contradições, o lulismo conseguiu barrar o neoliberalismo. Mas o lulismo entrou em colapso. Agora que ele foi tirado da frente, desabou tudo o que foi represado desde os anos 90”.

Marilena ressaltou a importância do movimento ser organizado dentro da USP. “É essencial caracterizar essa iniciativa como a palavra da universidade. A universidade está em silêncio há muito tempo. Se rendeu ao universo do lattes, do besteirol, do antifilosófico, anticultural, anticientífico, se silencia sobre todas as coisas que acontecem dentro e fora da universidade. Essa é uma convocação da FFLCH para a USP. Temos uma responsabilidade para com a nossa herança histórica”.


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