Durante a coletiva de imprensa da 20ª Parada do Orgulho Gay de São Paulo, o prefeito Fernando Haddad foi questionado pela reportagem da Brasileiros sobre a composição da pasta de ministros do presidente interino Michel Temer e a extinção dos ministérios da Cultura (recriado), dos Direitos Humanos e da Ciência e Tecnologia.
Para o prefeito, a extinção das pastas pode representar um retrocesso em áreas que o Brasil avançou muito nos últimos anos. “A cultura exige um olhar diferente, exige que as demais pastas consigam acolher em sua agenda uma visão que também passe pela cultura em um sentido mais amplo. A área de Ciência e Tecnologia e a área de Direitos Humanos não são diferentes.”
Sobre o pedido da bancada do PMDB na Câmara Municipal para investigar as mensagens de “Fora Temer, Vai Ter Luta” veiculadas em painéis da Virada Cultural como suposto uso da máquina pública para incitar a população contra Temer, o prefeito foi incisivo: “Eu não posso censurar nada, o PMDB ta pedindo censura. Primeiro quer extinguir o ministério da Cultura depois que introduzir a censura . Vai ficar cada vez mais difícil para a classe artística. Acho que isso é mais um factoide político para querer aparecer.”
Para Haddad, a prefeitura não contrata artista por viés ideológico e lembrou que até Lobão tocou na Virada Cultural. No final da entrevista, a reportagem o questionou sobre o impacto da divulgação dos áudio envolvendo Romero Jucá e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado.
O prefeito afirmou que o impeachment era uma questão casuística e que o Ministério Público tem novos elementos para investigar a questão. “Vários governadores aplicaram práticas contáveis questionáveis e nem por isso o impeachment é aclamado pelas pessoas. A base jurídica é bastante frágil desde o inicio. O áudio traz à tona elementos novos e talvez as reais motivações do impeachment da presidenta Dilma Rousseff.”
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